A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na tarde desta quinta-feira (23) mais sete mortes por dengue na cidade. Os óbitos foram entre 2 de abril e 4 de maio.
Com estas novas confirmações, o número de vidas perdidas em virtude da doença chegou a 30 neste ano em Campinas.
Desde 1º de janeiro foram registrados 95.690 casos de dengue no município.
A expectativa da Saúde é de que, a partir deste mês, o número de casos diminua por conta da redução das temperaturas. O pico de transmissão da doença foi entre 7 e 13 de abril.
Conforme o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), medidas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as vítimas, como controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.
Perfil das vítimas:
Sexo feminino, 24 anos, sem comorbidade. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Aeroporto. Ela teve início dos sintomas em 30 de abril e o óbito ocorreu em 4 de maio.
Sexo masculino, 86 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS 31 de Março. Ele teve início dos sintomas em 22 de março e o óbito ocorreu em 4 de abril.
Sexo masculino, 87 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Taquaral. Ele teve início dos sintomas em 6 de abril e o óbito ocorreu no dia 15 do mesmo mês.
Sexo masculino, 75 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Valença. Ele teve início dos sintomas em 2 de abril e o óbito ocorreu no dia 4 do mesmo mês.
Sexo masculino, 90 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS São Bernardo. Ele teve início dos sintomas em 29 de abril e o óbito ocorreu em 4 de maio.
Sexo masculino, 75 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Vila Ipê. Ele teve início dos sintomas em 12 de abril e o óbito ocorreu no dia 22 do mesmo mês.
Sexo masculino, 84 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Eulina. Ele teve início dos sintomas em 12 de março e o óbito ocorreu em 2 de abril.
“Os sorotipos isolados não serão mais informados a partir da divulgação de mortes desta quinta-feira, 23 de maio. O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e fatores individuais do paciente, não estando relacionado com o sorotipo do caso. A informação vinha causando dúvidas na população, que estava relacionando a variação do vírus à gravidade dos casos. O Departamento de Vigilância em Saúde [Devisa] ressalta que será divulgada qualquer mudança na circulação dos sorotipos da dengue”, destaca a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.
A Saúde lamenta as mortes e se solidariza com as famílias, ressalta ainda Andrea. A diretora reitera o alerta feito desde 2023 com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos.
“A melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados”, orienta.
Dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor registradas desde outubro.
Orientações sobre assistência
Em Campinas, a pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. “Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA”, detalha a diretora do Devisa.
Conforme Andrea, a gravidade por dengue se dá, principalmente, na fase que a gente considera crítica, quando a pessoa deixa de ter febre. “É diferente de outras viroses. Nesse momento, as pessoas devem estar muito atentas se melhoram ou se começam a ter algumas alterações, como muitos vômitos, algum sinal de sangramento, por exemplo, na gengiva, ou se a mulher menstruada começa a ter um maior volume, tem aquela sensação de desmaio e começa a se sentir mais indisposta. Essas pessoas têm que voltar imediatamente para a assistência médica para fazer hidratação, muitas vezes, na veia. Uma outra questão que faz a pessoa ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 mL por quilo de peso. Isso é qualquer líquido e um terço disso em sais de hidratação”, alerta.