O mês de junho chegou ao fim, mas permanecerá para sempre na memória do técnico campineiro Nelsinho Baptista. Após oito anos trabalhando longe do futebol brasileiro, o treinador reassumiu o comando da Ponte Preta, clube do coração onde sua começou a sua carreira, e reestreou da melhor forma possível, com vitória por 4 a 2 sobre o CRB, diante da torcida alvinegra, no estádio Moisés Lucarelli.
Duas semanas depois, o profissional de 74 anos viveu grande emoção ao enfrentar pela primeira vez o filho Eduardo Baptista, 54, num duelo familiar à beira do campo que terminou com vitória do mentor sobre o pupilo, com a Macaca vencendo o Novorizontino por 1 a 0, novamente no Majestoso.
Mais 15 dias se passaram e Nelsinho voltou a experimentar a sensação de disputar um Dérbi Campineiro após 23 anos, exatamente no palco de seu último clássico: o estádio Brinco de Ouro da Princesa.
Em 2001, ele havia perdido para o Guarani por 2 a 1, assim como também aconteceu em 2000, pelo mesmo placar, na casa do rival. Como comandante da Macaca, ele ainda acumulava outro revés para o Bugre: 2 a 0 em 1987, no Majestoso.
No último domingo (30), o treinador da Ponte Preta parecia reviver o pesadelo, descendo para o intervalo com desvantagem de 1 a 0, após gol sofrido num contra-ataque com a defesa completamente exposta, mas conseguiu chacoalhar os jogadores no vestiário e a equipe buscou o empate na etapa final.
“Sabíamos da dificuldade do primeiro tempo, pois era um jogo muito importante para o adversário e eles estavam motivados pela torcida. Tínhamos de ter inteligência para esperar essa euforia passar, mas não tivemos e fomos piores. Eles colocaram velocidade no jogo e nos perdemos um pouco. Não trocamos ninguém para o segundo tempo justamente porque estávamos mal no geral, então ajustamos e voltamos melhor, criamos oportunidades e conseguimos empatar”, avaliou Nelsinho Baptista.
Poucos minutos depois do gol de empate marcado pelo centroavante Jeh, de cabeça, a Ponte Preta ficou com um homem a mais graças a uma expulsão juvenil do atacante brugrino João Victor.
Porém, mesmo com vantagem numérica em campo por quase 40 minutos, a Macaca não conseguiu demonstrar capacidade para virar o jogo e desperdiçou chance de ouro para voltar a vencer no Brinco de Ouro após seis anos e conquistar a sua primeira vitória como visitante na atual edição da Série B. O empate não muda muita coisa para as duas equipes.
“Buscamos a vitória, mas conscientemente. Não é porque tínhamos um homem a mais que iríamos sair que nem loucos pelo gol e tomar um contra ataque, como no primeiro gol do Guarani. No segundo tempo, tivemos lances importantes e o Vladimir fez grandes defesas. A Ponte não foi omissa, ela apenas não poderia deixar espaços. Jogamos inteligentemente com a posse de bola, dominando o jogo”, valorizou Nelsinho, apesar da oportunidade perdida de vencer o rival, lanterna da Série B e em inferioridade dentro de casa.
“Perdemos dois laterais, primeiro o Luiz Felipe por uma lesão, e daí jogaria o Dudu, mas ele teve uma virose e ficou fora. Conhecemos o Edson, ele já treinou naquela posição e colocamos ele para ocupar aquela faixa de campo nessa situação de emergência. Ele ajudou bastante e foi importante para nós”, destacou Nelsinho.