O ex-presidente norte-americano Donald Trump lançou nesta sexta-feira (31) novos ataques ao juiz e a uma das testemunhas-chave do seu julgamento criminal em Nova Iorque e reiterou que irá recorrer do veredicto de culpado proferido por um júri.
As declarações do também provável candidato republicano às eleições presidenciais de novembro foram feitas à imprensa na Trump Tower em Nova Iorque. Foi o regresso do político à campanha eleitoral um dia após ter sido condenado por tentar influenciar ilegalmente as eleições de 2016 ao falsificar registos comerciais para esconder pagamentos relacionados com um caso extraconjugal com uma atriz pornográfica.
No mesmo tom desafiador que adotou desde o início do julgamento, Trump argumentou que o veredicto é ilegítimo e politicamente motivado, procurando minimizar as alegações subjacentes ao caso.
“Não é ‘comprar o silêncio’. É um acordo de sigilo, totalmente legal, totalmente comum”, advogou.
Numa mensagem destinada a galvanizar os seus apoiadores, declarou: “Se eles podem fazer isto comigo, podem fazer isto com qualquer um”.
Trump começou por atacar o atual chefe de Estado, Joe Biden, nas políticas orçamentais e de imigração antes de voltar ao seu caso, declarando que foi ameaçado de prisão se violasse uma ordem de silêncio. Trump classificou os procedimentos do julgamento como injustos, fazendo declarações falsas e deturpadas sobre os procedimentos.
O ex-presidente dirigiu então violentas críticas a Michael Cohen, o seu ex-advogado e a principal testemunha do caso, chamando-o de “desprezível”.
O juiz responsável pelo caso, Juan Merchan, foi classificado como “um tirano” por ele. “Nunca houve um juiz mais conflituoso”, disse Trump sobre Juan Merchan.
“Vocês viram o que aconteceu com algumas das testemunhas que estavam do nosso lado. Foram literalmente crucificadas por este homem que parece um anjo, mas é realmente um demônio” acrescentou.
Trump, que deverá ser o candidato dos republicanos em novembro contra o democrata e atual Presidente, Joe Biden, negou todas as acusações. É a primeira vez que um antigo Presidente dos Estados Unidos é considerado culpado por um delito penal.
A sentença será proferida em 11 de julho por um juiz do tribunal de Manhattan, quatro dias antes da convenção do Partido Republicano que deverá apresentar Trump como candidato contra Biden.
Trump falou por pouco mais de 30 minutos e não respondeu a perguntas. O filho Eric Trump e a nora Lara Trump juntaram-se ao ex-presidente, mas a sua mulher, Melania Trump, que se manteve publicamente em silêncio desde o veredicto, não foi vista.
Biden
O Presidente norte-americano Joe Biden acusou Donald Trump de ser uma ameaça à democracia e de ter posto em risco os sistemas eleitoral e judicial do país.
“Donald Trump está a ameaçar a nossa democracia. Primeiro, ele questionou o nosso sistema eleitoral. Depois, ele questionou o nosso sistema judicial. E agora você pode travá-lo”, escreveu Biden na plataforma X, apelando a doações através de um ‘site’ em que o magnata republicano é classificado como “uma ameaça existencial ao futuro” não só da democracia, como da própria nação.