Noventa por cento dos hospitais registraram aumento de atendimento presencial ou em telesaúde, em ambulatório e nos pronto-socorros. Destes mais da metade (58%) dos hospitais declaram estar com o atendimento aumentado em 110%, ou seja, mais que o dobro em relação há 15 dias.
As informações foram coletadas na quinta-feira (6) pelo SindHosp- Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, que ouviu 33 hospitais privados paulistas, sendo 30% da capital e 70% do interior. Trata-se de uma nota técnica preliminar com número reduzido de respostas. A pesquisa completa será divulgada na próxima semana.
Setenta e seis por cento dos hospitais relatam também aumento nas internações de pacientes por gripe nos últimos 15 dias.
Segundo Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, o aumento da demanda por atendimento nos hospitais em consequência das duas doenças é motivo de preocupação nos serviços de saúde. “Entre as grandes preocupações do setor está a contaminação de profissionais de saúde“, destaca.
Setor público
O serviço público também tem sentido os efeitos do aumento. No boletim mais recente divulgado na quarta-feira (5), a secretaria municipal de saúde confirma o aumento das taxas de ocupação de leitos em Campinas.
Dos 75 leitos de UTI disponíveis, 55 estão ocupados por pacientes de SRAG (Síndromes Respiratórias Agudas Graves) nas redes pública e particular de saúde, o que corresponde a 73,33%. No boletim anterior, de 29 de dezembro, a taxa era de 66,67% e 23 leitos estavam disponíveis.
Vice-presidente para a área da Saúde da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos) encaminhou ofício ao Ministério da Saúde na quinta-feira (6), em que cobra ajuda do governo federal para que os municípios possam enfrentar o aumento no número de casos de Covid por conta da variante ômicron e os de gripe, registrados em praticamente todo o País neste início de ano.
Surtos
Os surtos de Covid-19 e de influenza neste começo de ano já chegaram às casas de repouso de Campinas. Oito dessas instituições de longa permanência registram casos das duas doenças, sendo quatro de gripe e quatro de Covid-19, de acordo com a Secretaria de Saúde.
Nesta semana, a coleta de lixo em alguns bairros de Campinas chegou a ser afetada e chegou a ser feita com até seis horas de atraso por conta de um surto de Covid-19 entre funcionários da empresa terceirizada, responsável pelo serviço.
Medidas
A Secretaria de Estado da Saúde informou estar reforçando as orientações à população para enfrentar a disseminação do vírus Influenza. A principal delas, no momento, é o uso correto de máscaras, que protegem contra infecções dos vírus respiratórios, como a Influenza e Covid-19.
Para combater ambas as doenças também é fundamental lavar bem as mãos com água e sabão, uso de álcool gel para higienização, manter ambientes ventilados e evitar o contato com pessoas gripadas ou resfriadas. Além disso, é importante evitar aglomerações.
O balanço acumulado até dezembro de 2021, aponta 2.031 casos e 71 óbitos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por Influenza. 85% dos casos estão concentrados em novembro e dezembro.
Conforme preconiza o Ministério da Saúde, somente casos de SRAG associados ao vírus Influenza são de notificação obrigatória no Brasil. Durante o período, houve a circulação a nova cepa de Influenza denominada A (H3N2 – Darwin), identificado posteriormente à campanha anual de imunização.
Vacinação
Em abril do ano passado, a Secretaria de Estado da Saúde de SP promoveu a campanha de vacinação e realizou inúmeras divulgações buscando conscientizar a população com relação à importância da imunização. No total, foram imunizadas 13,1 milhões de pessoas.
A cobertura vacinal entre os grupos prioritários foi de 55,5%, com 10,1 milhões de doses aplicadas, chegando a 100% em indígenas, 72,4% em puérperas, 68,1% em crianças, 65,4% em idosos, 64,9% em trabalhadores da saúde, 62,6% nas gestantes e 44% em pessoas com comorbidades.
Uma nova campanha de vacinação está prevista para o segundo trimestre deste ano, com um imunizante produzido com os vírus em circulação no momento. As vacinas já vem sendo produzidas pelo Instituto Butantan.