A presidente do partido Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, declarou nesta segunda-feira (26) vitória nas eleições legislativas de domingo em Itália, reivindicando a liderança do próximo governo.
No primeiro discurso após a votação de ontem, Meloni garantiu que o partido irá governar “para todos” e “para que os italianos se possam orgulhar de ser italianos”. “Os italianos enviaram uma mensagem clara de apoio a um governo de direita liderado pelo FdI”, disse Meloni, que deverá tornar-se a primeira mulher a liderar o executivo de Itália, à imprensa na capital, Roma.
De acordo com resultados parciais, a coligação de direita e extrema-direita – liderada pelo FdI e que reúne ainda a Liga, de Matteo Salvini, e o partido conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi – obteve entre 43% dos votos nas legislativas.
O bloco de centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático, de Enrico Letta, deverá ter 26% dos votos.
“É hora de os italianos voltarem a ter um governo que sai de uma decisão nas urnas e é algo em que todos têm que prestar contas,” sublinhou Meloni.
A política de 45 anos lamentou uma campanha eleitoral que descreveu como “agressiva e violenta” e assegurou que “a Itália e a União Europeia precisam da contribuição de todos perante a complexa situação” em que se encontram.
A participação nas eleições gerais da Itália no domingo foi de cerca de 63,81%, abaixo do valor de 72,9% registado nas eleições de 2018, disse a ministra do Interior italiana, Luciana Lamorgese.
Meloni lamentou a abstenção de 36% e assegurou que o objetivo será “reconstruir a relação entre o Estado e os cidadãos”. “O desafio agora é fazer com que as pessoas acreditem nas instituições; muitos italianos ainda decidem não confiar”, disse. “Temos que entender a responsabilidade que nos deram dezenas de milhões de italianos, não vamos trair essas pessoas”, prometeu Meloni.
Berlusconi no Senado
O presidente do partido Forza Itália, Silvio Berlusconi, conseguiu um lugar no Senado nas eleições em Itália, voltando à Câmara da qual foi cassado em 2013, após ter sido condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal.
O ex-primeiro-ministro italiano de 85 anos conseguiu ficar em Monza depois de obter 50,32% dos votos seguido de Federica Perelli, de centro-esquerda, com 27,17%; Fabio Albanese, da Acción, com 10,21%; e Bruno Marton, do Movimento 5 Estrelas (M5S), com 7,66%.
Berlusconi disse depois de votar no domingo (25) que “o voto é a única arma para mudar as coisas”. “Pela primeira vez na minha vida, vi longas filas nas assembleias de voto. É um sinal de um grande desejo de dar à Itália um Governo estável e confiável”, disse, na rede social Twitter. “Viva a democracia. Viva a liberdade de escolha”, acrescentou.
Mais de 50 milhões de italianos foram no domingo chamados a votar nas eleições legislativas italianas em que, devido à pulverização partidária, nenhum partido deverá obter uma maioria suficiente para governar sozinho.
A coligação de centro-direita prepara-se para controlar o Senado italiano, assegurando entre 111 a 131 lugares na Câmara Alta, de acordo com uma sondagem do Consorzio Opinio Italia para a televisão Rai.
O centro-esquerda deverá ter entre 33 e 53 senadores, o Movimento 5 Estrelas (M5S) 14 a 34 e o terceiro polo centrista de Azione-Italia Viva quatro a 12 lugares, de acordo com a sondagem à boca das urnas, citada pela ANSA.
(Agência Lusa)











