Os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, se tornaram a maior passarela de moda internacional desde o seu início oficial, no dia 23 de julho. Apesar do foco ser o mundo esportivo, diversos países fecharam parcerias com renomados estilistas e marcas, como o designer americano Ralph Lauren e a grife italiana Giorgio Armani, para fazerem os uniformes que seguem tradições culturais, tecidos altamente tecnológicos e sustentáveis para as delegações dos quatro cantos do mundo.
Numa linha clássica, mas sempre antenado, o designer americano Ralph Lauren assina o figurino das equipes olímpicas e paralímpicas americanas, desde 2008, e investe em materiais e práticas de fabricação mais sustentáveis, como poliéster reciclado e couro vegetal. A jaqueta, desse ano, é anti-calor graças ao sistema patenteado RL Cooling, um dispositivo de controle de temperatura auto-regulável e o cinto é feito de garrafa de plástico reciclável.
Outro visual que vai chamar atenção é o dos cinco atletas da Líbéria que foi desenhado pelo designer nova-iorquino Telfar Clemens, filho de pais liberianos, que conquistou muitos seguidores para sua marca vegana agênero com a famosa bolsa “Bushwick Birkin”. Já considerado o mais fashion da temporada pela revista Vogue americana, os uniformes contam com setenta peças criadas a partir da sustentabilidade e neutralidade de gênero.
A Skims, marca da socialite Kim Kardashian, é a primeira loungewear a vestir a seleção nacional dos Estados Unidos. A grife forneceu roupas íntimas e pijamas para as atletas femininas da seleção americana. As peças também podem ser compradas no site da marca em apoio aos atletas.
Os atletas brasileiros desfilaram na abertura das olimpíadas com peças da marca carioca Wõllner e a equipe contará com as roupas da Riachuelo para as situações mais casuais, enquanto no pódio vestirá uniforme da empresa chinesa Peak, patrocinadora oficial do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
As peças são desenvolvidas com fibras 100% poliéster com textura mais fina usadas na confecção das peças de treino e de vila para suportar a temperatura alta no Japão. Nos pés, o toque brasileiro ficou por conta das sandálias Havaianas.
Numa pegada mais streetwear, a marca Hudson Bay, em parceria com a Levi’s, criou os trajes da equipe do Canadá onde os uniformes “festejam a inclusão e a neutralidade de gênero ao mesmo tempo que captura um sentimento juvenil e de comemoração”.
Sempre elegantes, os franceses contaram com a parceira da Lacoste. A coleção homenageia o país organizador com referências aos quimonos e às cores de sua bandeira, mas com o famoso jacaré nas roupas, com casacos impermeáveis, modelagem oversized, com inspiração náutica.
Já os espanhóis contaram com as criação dos trajes da marca Bosco. A sustentabilidade, alinhada ao espírito destes Jogos Olímpicos, foi o fio condutor de uma coleção composta por uma linha de calçados e mais de trinta tipos de peças diferentes, confeccionadas pela primeira vez a partir de plástico processado e depois transformado em fio de poliéster.
Daniela Nucci é jornalista – [email protected]