PUBLICIDADE
9 de novembro de 2025
O SEU PORTAL DE NOTÍCIAS, ANÁLISE E SERVIÇOS
ANUNCIE
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Informação e análise com credibilidade
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO E CIDADANIA
  • SAÚDE E BEM-ESTAR
  • BRASIL E MUNDO
  • ECONOMIA E NEGÓCIOS
  • TURISMO
  • VEÍCULOS
  • PET
  • FALECIMENTOS
  • NOSSO TIME
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO E CIDADANIA
  • SAÚDE E BEM-ESTAR
  • BRASIL E MUNDO
  • ECONOMIA E NEGÓCIOS
  • TURISMO
  • VEÍCULOS
  • PET
  • FALECIMENTOS
  • NOSSO TIME
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Informação e análise com credibilidade
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Home Colunistas

Apesar do capitalismo – Luis Felipe Valle

Abrir janelas para enxergar (e combater) o que nos aprisiona

Luis Felipe Valle Por Luis Felipe Valle
11 de outubro de 2025
em Colunistas
Tempo de leitura: 4 mins
A A
Apesar do capitalismo – Luis Felipe Valle

Fotos: Freepik

A narrativa é velha, mas nas telas luminosas parece inovadora: a onda do discurso meritocrático e do empreendedor bem-sucedido que, do zero ao bilhão, ascendeu por puro esforço. Essa fábula falaciosa, impulsionada pelos algoritmos na era informacional, é a fantasia perfeita para um sistema predatório que precisa desesperadamente justificar sua própria existência.

Até aí, nenhuma novidade. No topo da pirâmide das desigualdades, aqueles que lucram com ela usam toda a estrutura que controlam para garantir que permanecerão lá, intocáveis – incluindo os megaempresários das big techs que ditam o que consumimos, em que velocidade e com qual finalidade. Quanto mais entretenimento, sensacionalismo e distrações, melhor para desviar espectadores-consumidores da pergunta essencial: que tipo de “mérito” pode justificar a existência de pessoas tão ricas?

Num mundo onde apenas 3 mil bilionários concentram quase $ 16 trilhões (mais de sete vezes o PIB do Brasil), enquanto mais de 700 milhões de pessoas vivem com cerca de US$2 por dia, é uma afronta moral usar palavras como “progresso” e “civilização” para tentar legitimar a função social desses indivíduos. Que tipo de avanço pode existir numa estrutura que mantém a miséria como seu alicerce?

A realidade brasileira é um espelho brutal dessa obscenidade: 40% da população vive com menos de R$ 600 por mês, enquanto 300 bilionários acumulam mais de R$ 2 trilhões em patrimônio. O aumento da fortuna desse minúsculo grupo, só entre 2023 e 2024, seria suficiente para custear o Bolsa Família, que beneficia mais de 20 milhões de famílias, por dois anos. Esses números não são acidentais. Ao contrário, são a prova material da miséria como produto da concentração de riqueza.

E esse sistema tem uma lógica perversa: um professor jamais ficará bilionário dando aulas, um bombeiro nunca ficará rico salvando vidas, e uma enfermeira nunca fará fortuna dobrando plantões. Por mais dignos, honestos e imprescindíveis que sejam seus trabalhos, eles não acumulam capital explorando a força de trabalho alheia, tampouco com juros ou especulação. Mas se os trabalhos que fazem o mundo funcionar não criam bilionários, o que, afinal, os bilionários fazem que os torna dignos de concentrar tanto dinheiro e poder?

 

 

Perceber que grande parte do alto escalão da política institucional é composta por super-ricos é um passo fundamental para entender por que a elite financeira é sempre a mais beneficiada pelo Estado. O poder, que emana do povo, é capturado por quem já o detém, e isso fica ainda mais nítido quando colocamos na lista líderes da indústria da fé, da grande imprensa, dos cartéis imobiliários, de bancos e de setores como agronegócio, mineração e energia.

A classe trabalhadora, não por acaso, é instigada a se dividir entre MEIs, CLTs, esquerda, direita, liberais, progressistas, conservadores. Enquanto a fragmentação horizontal desmobiliza as lutas populares, é o poder verticalizado que segue comandando nossas vidas. O sistema recompensa quem o legitima, quem aceita a exploração, a injustiça e a covardia da fome, do desabrigo e das guerras, se ludibriando com pequenas recompensas materiais e individuais.

Essa covardia, aliás, é a essência do lucro. A manutenção da pobreza é uma estratégia cruel de forçar pessoas desesperadas a aceitarem trabalhos precários, perigosos e de baixo prestígio social em troca de salários que mal garantem sua sobrevivência. É uma forma de escravidão moderna, normalizada e legalizada pelo capitalismo. Por isso, gerar empregos não é favor algum: é estratégia para maximizar a exploração da mais-valia.

Não há caminho para construir essas fortunas gigantescas que não seja pela exploração do trabalho alheio, pela corrupção público-privada ou pela herança de privilégios, muitas vezes herdados das mais brutais violações da vida e da dignidade humana. Quanto mais gente explorada, mais dinheiro concentrado nas mãos de quem explora.

Você, por acaso, conhece alguém que ficou bilionário por descobrir a cura de uma doença rara, combater a pobreza em um país miserável ou liderar uma revolução social contra ditaduras? Nem eu.

Pensar que o capitalismo é o único sistema socioeconômico possível é tentar limitar a essência criativa, transformadora e subversiva do ser humano. Foi essa essência que criou a agricultura, a matemática, a arquitetura, a astronomia, as artes, a medicina, a democracia e os direitos humanos; apesar das monarquias absolutistas, da escravidão, do feudalismo, das inquisições, do nazifascismo, dos fundamentalismos e do neoliberalismo.

O mundo foi criado e é mantido por mãos, pés, mentes e corações de pessoas que, diariamente, dão o melhor de si em busca de dignidade e qualidade de vida para si e suas famílias, expostas a uma infinidade de variáveis que envolvem gênero, cor de pele, nacionalidade, saldo bancário, sobrenome e, muitas vezes, a sorte de estar no lugar certo, na hora certa.

É evidente que virtudes como coragem, determinação e dedicação fazem a diferença na busca pelo desenvolvimento. Mas, em condições profundamente desiguais, é uma crueldade supor que sucesso e fracasso seguem fórmulas exatas (ou mágicas). O sistema, como está, é projetado para dar manutenção às estruturas de desigualdade e exploração. Por isso é tão urgente e inevitável mudá-lo!

Mercantilizar a vida e a natureza, fazendo parecer normal que tantas pessoas vivam sem teto, passando fome, com frio e com medo, enquanto algumas poucas ostentam luxos e extravagâncias completamente desnecessários provoca a repensar valores civilizatórios – ainda mais numa sociedade que se considera pautada por ensinamentos cristãos e aspirações democráticas.

Abrir janelas para romper a inércia do discurso raso da meritocracia e do sucesso individual é vital para superar as muitas crises que enfrentamos, há séculos! Reconhecer que houve avanços, também. Mas nunca graças a bilionários, políticos ou profetas. Sempre graças ao povo! Mulheres e homens de carne e osso, desejos e limitações, sonhos e necessidades. Ao trabalho honesto, à criatividade, à solidariedade e ao desejo intrínseco de buscar emancipação e liberdade (não para alguns, mas para muitos – todos!) que, mesmo latente, move a humanidade.

 

Luis Felipe Valle é professor universitário, geógrafo, mestre em Linguagens, Mídia e Arte, doutorando em Psicologia.

 

 

Tags: capitalismocolunistasHora CampinasLuis Felipe VallemeritocraciaPolíticasociedadeTrabalho
CompartilheCompartilheEnviar
Luis Felipe Valle

Luis Felipe Valle

Versões e subversões

Notícias Relacionadas

Falar bem não foi sorte. Foi escolha, coragem e constância – por Cecília Lima
Colunistas

Falar bem não foi sorte. Foi escolha, coragem e constância – por Cecília Lima

Por Cecília Lima
6 de novembro de 2025

...

O silêncio que eu sonhava em dividir – por Luciana Agatha Melo Guimarães
Colunistas

O silêncio que eu sonhava em dividir – por Luciana Agatha Melo Guimarães

Por Retrato das Juventudes
6 de novembro de 2025

...

Os dilemas do Brasil que chegam à COP30 – por José Pedro Martins

Os dilemas do Brasil que chegam à COP30 – por José Pedro Martins

5 de novembro de 2025
Obrigação do comprador do imóvel e as taxas condominiais: recebimento de chaves – por Renato Ferraz Sampaio Savy

Obrigação do comprador do imóvel e as taxas condominiais: recebimento de chaves – por Renato Ferraz Sampaio Savy

4 de novembro de 2025
Entre fones e suor: a solidão coletiva – por Thiago Pontes

Entre fones e suor: a solidão coletiva – por Thiago Pontes

4 de novembro de 2025
O acordo pandêmico da OMS: um catalisador essencial para a equidade e preparação global para a saúde (1) – por Carmino de Souza

O acordo pandêmico da OMS: um catalisador essencial para a equidade e preparação global para a saúde (1) – por Carmino de Souza

3 de novembro de 2025
Carregar Mais














  • Avatar photo
    Carmino de Souza
    Letra de Médico
  • Avatar photo
    Cecília Lima
    Comunicar para liderar
  • Avatar photo
    Daniela Nucci
    Moda, Beleza e Bem-Estar
  • Avatar photo
    Gustavo Gumiero
    Ah, sociedade!
  • Avatar photo
    José Pedro Martins
    Hora da Sustentabilidade
  • Avatar photo
    Karine Camuci
    Você Empregado
  • Avatar photo
    Kátia Camargo
    Caçadora de Boas Histórias
  • Avatar photo
    Luis Norberto Pascoal
    Os incomodados que mudem o mundo
  • Avatar photo
    Luis Felipe Valle
    Versões e subversões
  • Avatar photo
    Renato Savy
    Direito Imobiliário e Condominial
  • Avatar photo
    Retrato das Juventudes
    Sonhos e desafios de uma geração
  • Avatar photo
    Thiago Pontes
    Ponto de Vista

Mais lidas

  • Conheça cinco praias dignas de cenários cinematográficos no Litoral Norte de SP

    Conheça cinco praias dignas de cenários cinematográficos no Litoral Norte de SP

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Novo registro amplia para 249 o total de espécies de aves observadas na Mata Santa Genebra

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Região de Campinas tem chuvas intensas e lidera volume acumulado no Estado

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Ponte Preta recebe premiação extra da CBF por participação na Série C

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Região de Campinas tem previsão de temporais com raios, granizo e ventos fortes

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
Hora Campinas

Somos uma startup de jornalismo digital pautada pela credibilidade e independência. Uma iniciativa inovadora para oferecer conteúdo plural, analítico e de qualidade.

Anuncie e apoie o Hora Campinas

VEJA COMO

Editor-chefe

Marcelo Pereira
marcelo@horacampinas.com.br

Editores de Conteúdo

Laine Turati
laine@horacampinas.com.br

Maria José Basso
jobasso@horacampinas.com.br

Silvio Marcos Begatti
silvio@horacampinas.com.br

Reportagem multimídia

Gustavo Abdel
abdel@horacampinas.com.br

Leandro Ferreira
fotografia@horacampinas.com.br

Caio Amaral
caio@horacampinas.com.br

Marketing

Pedro Basso
atendimento@horacampinas.com.br

Para falar conosco

Canal Direto

atendimento@horacampinas.com.br

Redação

redacao@horacampinas.com.br

Departamento Comercial

atendimento@horacampinas.com.br

Noticiário nacional e internacional fornecido por Agência SP, Agência Brasil, Agência Senado, Agência Câmara, Agência Einstein, Travel for Life BR, Fotos Públicas, Agência Lusa News e Agência ONU News.

Hora Campinas © 2021 - Todos os Direitos Reservados - Desenvolvido por Farnesi Digital - Marketing Digital Campinas.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

Sem Resultados
Ver todos os resultados
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO E CIDADANIA
  • SAÚDE E BEM-ESTAR
  • BRASIL E MUNDO
  • ECONOMIA E NEGÓCIOS
  • TURISMO
  • VEÍCULOS
  • PET
  • FALECIMENTOS
  • NOSSO TIME

Hora Campinas © 2021 - Todos os Direitos Reservados - Desenvolvido por Farnesi Digital - Marketing Digital Campinas.