É uma exigência da democracia, é um direito dos cidadãos. Destaca-se como sinal visível da qualidade de vida ideal de uma cidade, de uma sociedade. Esse ideal, bandeira de todos quantos lutam pela dignidade da pessoa humana, vem corroborar a política de prioridades de nossa Administração Pública, que tem, entre outros projetos, esse de dar continuidade ao plano de revitalização do centro da nossa metrópole.
Diante da situação grave que enfrenta a Saúde Pública, pelo surto do coronavírus, o que vem exigindo cada vez mais a adoção de políticas públicas que assegurem à população todos os cuidados de profilaxia no enfrentamento da doença, a instalação de banheiros públicos está entre as prioridades no conjunto de serviços essenciais para o cidadão de Campinas. Existem banheiros químicos, mas estes revelam-se insuficientes e não atendem às necessidades.
Diariamente nos centros metropolitanos circulam milhares de cidadãos. Entre eles estão: idosos (que, como as pessoas de outros grupos sociais, sofrem de incontinência urinária), mulheres gestantes, portadores de necessidades especiais, crianças… Enfim, pessoas, que, como qualquer um de nós, num dado momento precisam valer-se de um sanitário urgente.
Imaginemos a situação aflitiva de um cidadão, às voltas com uma necessidade emergencial e que tem que recorrer às instalações de uma loja, ou de uma farmácia… Sentindo-se constrangido, primeiro, por ter que solicitar a ajuda, e depois, por transitar dentro do estabelecimento, sob o olhar de outras pessoas…
Na maioria das vezes o necessitado tem que percorrer uma “via crucis” de sucessivas respostas negativas à sua solicitação… Tratado com preconceito e falta de consideração ao “ser humano” que ele é, submetido a vexames degradantes, acaba por fazer as necessidades nas calças… ou servindo-se de lugares públicos ermos, embaixo de pontes e viadutos… locais que se tornam intransitáveis pelo mau cheiro e pela condição precária e insalubre.
“Somente quem passa pelo fogo sabe o quanto queima a chama”.
Assim, só quem passa por uma situação dessas sabe quanta falta faz um banheiro público decente, um serviço digno de um cidadão de bem.
Essa questão pode ser resolvida com um projeto que envolva entre os poderes públicos, os comerciantes, os lojistas e a sociedade civil, parcerias comprometidas com a cidadania. Quanto ao local para a instalação desses sanitários, existem em nosso centro da cidade, muitos imóveis entregues ao desleixo e abandono, que poderiam ser revertidos para atender essa demanda social.
Quanto às reformas, aparelhamento e manutenção, se pode criar uma força-tarefa de profissionais e empresas que assumam esse projeto.
A vertiginosa proliferação de farmácias e drogarias em nossa cidade é o termômetro de que a saúde da população, principalmente a dos mais pobres e indefesos, está cada vez mais fragilizada e fragmentada.
Campinas precisa urgentemente de Banheiros Públicos decentes em seu centro urbano.
A população exige e espera que seus representantes parlamentares municipais coloquem em pauta de discussão: Banheiros Públicos, uma moção, um passo decidido para o avanço da Saúde Pública.
Pe. Luiz Roberto Teixeira Di Lascio é vigário paroquial da Basílica Nª. Sª. do Carmo, Arquidiocese de Campinas–SP – e-mail: [email protected]