Uma das 32 vítimas do surto de Covid-19 que acometeu a Ponte Preta, o volante Barreto garantiu estar plenamente recuperado da doença e analisou os efeitos da paralisação do Campeonato Paulista, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (30).
Isolado na manhã do empate contra o Novorizontino, no primeiro jogo da temporada, Barreto cumpriu quarentena e ficou de fora das derrotas sofridas para Santo André e Corinthians, pela sequência do Campeonato Paulista. O volante de 25 anos voltou a campo no duelo contra o Gama, pela Copa do Brasil, em Luziânia-GO.
“A doença tira bastante a capacidade respiratória e muscular, até porque a gente tem que ficar em repouso”, diz Barreto
Embora tenha atuado apenas durante os 30 minutos finais da partida, Barreto apresentou dificuldades físicas e ficou de fora do duelo seguinte contra o Botafogo, em Ribeirão Preto. “Eu me senti um pouco fraco e despreparado para jogar naquele momento, então logo depois fui afastado para melhorar a parte física”, explica Barreto.
Assim como todos os outros jogadores infectados, Barreto contou com um trabalho individualizado feito pelo preparador físico Juvenilson Souza para retomar a condição atlética. “Ele buscou trabalhar em cima das minhas melhores características e valências físicas, com alimentação, descanso e treinamento forte”, relata Barreto, que garante estar 100% recuperado da doença. “Voltei ao normal na parte física e hoje já me sinto preparado para atuar 90 minutos”, ressalta Barreto.
No entanto, o atleta lamenta as incertezas que pairam sobre o Campeonato Paulista e afirma que a situação afeta a questão anímica do elenco. “É claro que essa indefinição de datas atrapalha um pouco o trabalho e abala o nosso psicológico, pois você não sabe o que vai acontecer nos próximos dias. Às vezes a gente treina de um jeito esperando o jogo e acaba não tendo”, queixou-se sobre o duelo contra o Santos, que estava agendado para a última quinta-feira, no estádio São Januário, mas foi suspenso na véspera pela Federação Paulista por conta de novas restrições da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Em campo
Enquanto não há uma definição sobre o futuro do Paulistão, o próximo compromisso da Ponte Preta será contra o Criciúma, no estádio Heriberto Hülse, em Santa Catarina, no próximo dia 8 de abril, quinta-feira, às 19h. O duelo, válido pela segunda fase da Copa do Brasil, marcará o reencontro de Barreto contra a equipe que defendeu entre 2014 a 2018.
“Eu tenho comentado sobre isso com meus familiares. Será um jogo especial, pois tenho um carinho muito grande pelo Criciúma, mas é um jogo de classificação, que também vale premiação alta. Vou dar o meu máximo para sairmos com o resultado positivo. Já tive o prazer de jogar contra o meu ex-clube e fui campeão brasileiro em cima deles”, relembra Barreto, referindo-se ao empate por 1 a 1 entre Bragantino e Criciúma, em novembro de 2019, que garantiu o título da Série B para a equipe de Bragança Paulista, então defendida por ele.
“Espero poder fazer mais uma vez um grande jogo contra o Criciúma, até mesmo porque conheço muito bem aquele estádio”, destaca Barreto.
Emprestado pelo Criciúma desde outubro do ano passado, Barreto tem apenas mais dois meses de contrato com a Ponte Preta. O vínculo do jogador com o clube alvinegro se encerra no próximo dia 31 de maio. “Por mais que pareça que já está acabando, ainda tem tempo para negociar. Eu quero permanecer, mas não depende só de mim, então eu deixo essa questão para outras pessoas resolverem. Meu foco é principalmente no próximo compromisso, que ainda não sabemos se será pela Copa do Brasil, mas estamos trabalhando forte todos os dias para o jogo que vier”, ressalta Barreto.
Por fim, o volante elogiou o trabalho do técnico Fabinho Moreno, a quem atribuiu a evolução de seu futebol desde que chegou à equipe. “Ele tem grande parcela de responsabilidade, pois me deu confiança e me colocou dentro de campo onde me sinto mais confortável para jogar. Claro que depende mais de mim, mas com o Moreno consegui ter um rendimento melhor”, finaliza Barreto, comparando com o período em que era contestado pela torcida, sob o comando do técnico Marcelo Oliveira.