Ouvi ontem uma pessoa que desabafava para mim me dizendo que caíra em si, já ouviu essa expressão? “- Como eu não pensei nisso antes? Agora que eu caí em si… Tudo faz sentido… e blábláblá”. Nossa reflexão de hoje se dará com base nessa expressão, peço sua companhia para que possa ter a oportunidade de, a partir das provocações que aqui ler, vir a cair em si. Vamos lá?
Pois bem, primeiro é válido ressaltar que tal expressão “cair em si” diz respeito a pessoas que passam a enxergar algo que era óbvio, mas que ate minutos antes não tinham a menor percepção daquilo. É como se conseguissem juntar as últimas peças do quebra-cabeça que faltavam e isso, no caso em que presenciei; muito se deu a partir do método socrático do qual me utilizei chamado de Maiêutica, que pode ser interpretado como: a arte da parteira. A parteira não dá a luz ao bebê, o bebê está no útero da mãe, a parteira apenas auxilia a mãe a dar a luz. A partir dessa explicação, foi o que fiz com tal pessoa, eu pude conduzi-la através de perguntas estratégicas advindas de Coaching e PNL para que ela desse a luz a tal idéia, para que ela tivesse tal insight.
Ao pensarmos na expressão cair em si, podemos pensar que o ato de cair remeta à algo de ruim. Fulano caiu e quebrou o braço, cicrano caiu e torceu o tornozelo, beltrano caiu e fora atropelado por um carro. Mas como uma pessoa pode vir a cair justamente em si? Já parou para pensar nisso? Cair em coisas objetivas, físicas é plausível, mas cair subjetivamente, como isso se dá? Cair dói, mas e cair em si; qual a sensação que se sente: dor ou alívio? Já aconteceu com você de se sentir um robô vivendo no automático, com rotinas nada alegradoras, sendo explorado, subestimado, não valorizado e mesmo assim aceitando tudo aquilo?
Pois bem, esse é um quadro típico de quem ainda não caiu em si! É como se faltasse a cereja do bolo, algo que fizesse a conta fechar, que lhe motivasse a agir não mais tolerando aquilo tudo e mudando as ações objetivando mudar os resultados.
Cair em si pode remeter também a se aliviar após um período de longa suspeita, um período que estava lhe tirando o sono, seja lá em qual for o contexto. Para cair em si creio ser necessário senso crítico, além do autoconhecimento como bem sugeriu o grande nome da filosofia grega Sócrates, com sua célebre frase: “- Conhece-te a ti mesmo!”. Para tanto faz-se necessário o bom uso da faculdade da razão, pois sem ela seremos guiados pelas emoções e por nosso inconsciente. Se conhecer nos possibilitará não entrar em frias, não aceitar situações que venham a comprometer nossos valores, que nos impeça de exercer a moral.
Cair em si é ousar fazer diferente, é sinônimo de sabedoria, de sagacidade, de inteligência. É saber se priorizar para que com sua integridade você possa vir a somar com as pessoas que contigo estejam, mas se prepare, pois poderão não ser muitas!
Você já caiu em si alguma vez? Qual a sensação que você teve: de dor ou de alívio? Como reagiu após tal queda? Conseguiu se levantar e mudar os resultados? Que tal colocar as cartas na mesa e perceber o que está lhe travando, lhe tirando o sono, lhe trazendo infelicidade, lhe roubando a autoestima e começar a separar as cartas, visando se livrar de todas que venham a lhe atrasar a vida?! Por qual das cartas você pode e consegue começar? Lembre-se também da virtude de ser uma pessoa detalhista, ela certamente lhe ajudará na hora de montar o quebra-cabeça por completo.
Por último, mas não menos importante lembre-se de que a queda final é única e exclusivamente sua, é uma queda solitária. Podem lhe auxiliar, como eu fiz, mas no final é você quem dará a luz a uma nova percepção da realidade e a partir dela poderá optar por modificar tudo aquilo que julgar importante e necessário. Depois dessa reflexão que fizemos; você percebeu a importância de cair em si? Chegou a alguma conclusão sobre se cair em si é sinônimo de dor ou alívio? A resposta final é sua, apenas sua!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)