Uma comissão especial de estudos foi criada na Câmara de Campinas para elaborar uma proposta que vai prever a criação de novos pontos de venda em área pública a serem destinadas a camelôs. O número de pontos a serem criados ainda está em estudo, segundo o presidente da Comissão, vereador Arnaldo Salvetti (MDB), mas a ideia é que sejam usadas “áreas ociosas” fora do centro da cidade. A cidade conta hoje com 1,2 mil camelôs no Centro e ao menos outros dois mil permissionários espalhados pelo município.
“Campinas é uma cidade muito grande, com muitos espaços públicos mal aproveitados”
“Campinas é uma cidade muito grande, com muitos espaços públicos mal aproveitados”, disse Salvetti. “Na Lagoa do Taquaral, por exemplo, só o Portão 1 tem movimento. É preciso estimular os outros”, argumenta o vereador, que já foi presidente da Setec – a autarquia municipal que disciplina o uso do solo.
Para ele, há muitos espaços na cidade que poderiam receber os serviços de camelô, como por exemplo, o Bosque dos Jequitibás, ou mesmo bairros como Jardim Proença, Jardim Nova Europa, além dos distritos de Campo Grande e Ouro Verde ou no Vida Nova. “Nós queremos ajudar a Prefeitura a disciplinar, porque se não houver uma regra, eles vão invadir e nem a Prefeitura consegue ganhar alguma coisa”, afirma.
Salvettti garante que não haverá previsão de camelôs no Centro. “Esse pessoal do Centro vai todo para o Shopping Popular”, afirma.
Salveti diz que alguns entraves precisam ser removidos, antes da apresentação de uma proposta. “O MP (Ministério Público), por exemplo, quer que seja instituído um sistema de licitação, mas isso preciso ser discutido, porque acho que para negócios pequenos, como um carrinho de pipoca ou de cachorro quente não seria necessário”, argumenta.
Ele defende uma atualização da legislação e para isso, pretende chamar para discutir na comissão, os secretários de Transporte e o de Serviços Públicos. Também pretende ouvir permissionários. Para Salvetti, a possibilidade de abertura de novas vagas vão ser importante para a retomada da economia, no período pós-pandemia.
“Nós queremos sim abrir novas vagas, mas ainda não sabemos quantas serão possíveis. A Comissão pretende fazer uma avaliação sobre isso”, disse o vereador Carlinhos Camelô. “Quando as pessoas falam em camelô, logo pensa que é uma coisa desorganizada. Não é isso que queremos. Queremos abrir espaços para permissionários, com banca padronizada e tudo”, disse o vereador.
Shopping Popular
Segundo Carlinhos Camelô, as obras de construção do Shopping Popular deveriam começar em janeiro deste ano, mas por conta do agravamento da pandemia, tiveram de ser adiadas. “Quando chegou a pandemia todas as bancas tiveram de ser fechadas e neste momento ninguém está em condições de assumir o gasto desses”, disse o vereador. “Vamos esperar passar a pandemia para gente retomar isso”, concluiu.
A reforma do barracão e a construção do shopping será custeada pelos proprietários de cada boxe. O valor estimado é de cerca de R$ 25 milhões.
A reforma do barracão e a construção do shopping será custeada pelos proprietários de cada boxe. O valor estimado da obra – incluindo a reforma e a nova construção – é de cerca de R$ 25 milhões.
Em julho do ano passado, o então prefeito Jonas Donizette encaminhou à Câmara um projeto em que autorizava a concessão de uso de uma pública para que o Sindicato dos Empreendedores Individuais de Ponto Público Fixo e Móvel (Sindipeic) pudesse fazer a instalação do que chamou de Shopping Popular.
A ideia é transferir os cerca de 1,2 mil camelôs, que hoje atuam na região central para esse novo espaço. A área onde funcionará o Shopping Popular conta com cerca de 19 mil metros quadrados e fica dentro do Complexo Ferroviário, onde está a Estação Cultura. O projeto prevê a construção de três pavimentos com mais de 48 mil metros quadrados e mais de 600 vagas de estacionamento.