Campinas já chegou ao número de 20 pessoas que testaram positivo para a varíola dos macacos (monkeypox) em 22 dias – os dois últimos foram confirmados nesta sexta-feira (5). Entre os infectados, há uma grávida. A média de casos, que vem se aproximando de um por dia, ligou o sinal de alerta do sistema público de saúde do município.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, fez uma live na tarde de hoje, por meio das suas contas no Facebook e no Instagram, para falar sobre o assunto e divulgar as ações programadas pela Prefeitura para tentar conter o avanço da doença na cidade.
“Entramos numa nova emergência”, resumiu o secretário de Saúde Lair Zambon.
Os dois novos casos foram confirmados durante a live pela diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben. “São dois homens, um de 25 e outro de 37 anos”, informou Andrea, lembrando que há ainda outros 20 casos suspeitos.
Dos infectados até agora, são 18 homens e duas mulheres, uma delas grávida, de 37 anos. “A gestante não precisou ser internada e o pré-natal segue normalmente”, informou a médica infectologista Valéria Almeida, que também esteve presente na live. Todos os pacientes têm entre 23 e 50 anos.
Além de atualizar os dados na cidade referente à varíola dos macacos, as especialistas fizeram uma explanação a respeito da monkeypox e reforçaram os cuidados que as pessoas devem ter para evitar o contágio.
Dos casos confirmados em Campinas, 78% foram transmitidos via relação sexual, 17% por contato direto pessoa a pessoa e 6% é de origem desconhecida.
“É uma doença com pouca gravidade, incomparável em relação à Covid, mas precisamos de cuidados. Se alguém achar que está infectado, deve-se procurar uma unidade de saúde para que o teste seja feito e, em se confirmando, existe a necessidade de isolamento sim”, orientou a diretora do Devisa.
A doença costuma durar de duas a quatro semanas e as formas de prevenção são as mesmas relativas à Covid-19: uso de máscaras, distanciamento e a higienização das mãos.
As especialistas afirmaram que os treinamentos com os profissionais de saúde das unidades básicas de Campinas serão intensificados no sentido de que a população seja melhor orientada. Segundo Andreia, os profissionais estão bem preparados, embora ainda haja muitas dúvidas em relação à doença dentro da comunidade médica, principalmente no que se refere ao contágio via gotículas respiratórias.
“É algo novo, mas estamos estudando”, afirmou a infectologista Valéria Almeida.
Primeiro caso foi em julho
A primeira notificação da Varíola dos macacos aconteceu em 15 de julho. Nos seis dias seguintes, mais dois casos foram confirmados.
O alerta dos agentes de saúde do município, no entanto, veio na semana entre os dias 24 a 30 de julho, quando dez pessoas na cidade testaram positivo para a doença.
E nesses primeiros cinco dias de agosto, já foram sete infecções notificadas dentro do sistema de saúde do município.