O secretário de saúde Lair Zambon disse nesta sexta-feira (25) em audiência na Câmara Municipal, que Campinas deverá começar a sair da pandemia do coronavírus a partir do final de julho. Segundo ele, isso será possível com a combinação de dois fatores: o avanço da vacinação e a imunidade celular das pessoas que já contraíram a doença.
Lair Zambon diz que Campinas deverá receber 220 mil vacinas em julho
O secretário diz que numa projeção realista, a expectativa é de que Campinas vai receber cerca de 220 mil vacinas em julho. Somando os meses de junho e julho, ele projeta 600 mil vacinas aplicadas em primeira dose e cerca de 300 mil e segunda dose.
“Eu imagino que se nós chegarmos a mais de 600 mil na primeira dose e 300 mil na segunda, mais as pessoas que já tiveram covid, e que portanto têm imunidade celular, tenho impressão que no final de julho vamos começar a sair de forma consistente dessa pandemia”, disse o secretário na audiência com os vereadores.
“Estamos ainda passando por um aperto na demanda por leitos. Hoje mesmo estamos com cerca de 30 pacientes fora de UTI (na verdade, hoje são 35). Ontem era menor. Ontem tinha um déficit de leitos de enfermaria e hoje não tem. Então é uma gangorra que estamos vivendo, e acho que essa gangorra ainda vai persistir por mais uns dez dias. Depois disso, vai começar lentamente a cair e a partir de agosto eu acho que ela será mais consistente”, aposta o secretário.
Zambon disse que Campinas adotou um sistema de monitoramento de indicadores da pandemia com base nos quais, a Administração consegue identificar tendências e adotar medidas restritivas de circulação de pessoas e de funcionamento das atividades econômicos, antes mesmo do governo do estado. É uma forma, segundo ele, de antecipar-se aos problemas.
“Os indicadores são muito simples, quando se tem muitos atendimentos de síndromes gripais nos Centros de Saúde – principalmente quando o número duplica – há um reflexo em torno de três semanas no aumento de internação hospitalar”, explicou ele.
A coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças da secretaria de saúde, Valéria Almeida – que também esteve na audiência na Câmara – disse que Campinas passa agora, por uma estabilização nestes indicadores da Covid-19.
“Após o pico no mês de março, vínhamos em queda e tivemos uma pequena subida, o que nos fez tomar medidas mais restritivas. Mas nas últimas semanas o número de casos parou de crescer – não diminuiu – mas há uma estabilização”, disse ela.
Segundo a coordenadora, Campinas já tem cerca de 18% de cobertura vacinal
Segundo a coordenadora, Campinas já tem cerca de 18% de cobertura vacinal e o impacto será sentido quando houver uma boa parcela da população imunizada. E garantiu que ainda no mês de julho, haverá uma ampliação da cobertura, com um grande volume de pessoas entre 60 e 69 anos recebendo a segunda dose.
“A vacinação, porém, não pode ser a única estratégia. Nenhuma vacina é cem por cento eficaz individualmente. Coletivamente, diminui a circulação do vírus, mas ele não vai deixar de existir. Temos que adotar múltiplas estratégias”, alertou.