A Secretaria de Saúde de Campinas anunciou na tarde desta quinta-feira (16) que, por recomendação da Secretaria Estadual de Saúde, vai manter a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos.
Segundo a secretaria, as pessoas que têm horários agendados devem comparecer normalmente ao local escolhido no dia e hora marcados para receber a dose. Até o momento, 54.335 adolescentes (49% da população entre 12 e 17 anos) receberam a primeira dose da vacina no município.
A Pasta ressalta que no momento todas as vagas para este público estão preenchidas em Campinas, mas que o agendamento será reaberto assim que a cidade receber mais doses da vacina da Pfizer, a única autorizada para adolescentes.
A prefeitura de São Paulo também anunciou hoje (16) que não interromperá o esquema de vacina já adotado para essa faixa da população. Diz que até esta quarta-feira (15) foram aplicadas 712.499 primeiras doses em adolescentes de 12 a 17 anos de idade, representando 84,4% de cobertura vacinal deste público, estimado em 844.073 pessoas.
“Restam, portanto, cerca de 15% para atingir a totalidade da cobertura vacinal desse grupo. Assim sendo, não interromperá a imunização com doses de Pfizer para adolescentes sem comorbidade na capital”, informou a Administração da prefeitura paulistana em nota.
Ministério
A medida do governo paulista contraria orientação do Ministério da Saúde que nesta quinta-feira (16) pela manhã, alterou a orientação e passou a recomendar a vacinação apenas para os adolescentes entre 12 e 17 anos que tenham deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
Em nota técnica publicada ontem (15) pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, o ministério passou a recomendar a vacinação apenas para os adolescentes entre 12 e 17 anos que tenham deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
Uma nota técnica anterior da pasta, também de setembro, recomendava que a imunização dos adolescentes tivesse início ontem (15), com a ressalva de que os que não apresentassem comorbidades deveriam ser os últimos a ser vacinados.
A pasta citou, entre outros argumentos para revisar a recomendação, o fato de que os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos e que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda imunização de adolescentes com ou sem comorbidades.
A OMS, entretanto, não chegou a afirmar que a imunização de adolescentes não deveria ser realizada. Em vídeo publicado em junho, a organização disse apenas que, neste momento, a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos não é prioritária.
O ministério também argumentou que a decisão foi tomada devido ao fato de a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela covid-19 apresentarem evolução benigna da doença.
Outro ponto levantado foi o de que houve uma redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por covid-19 nos últimos 60 dias) com melhora do cenário epidemiológico.
Suspensão
Após a publicação da nota, algumas cidades anunciaram a suspensão da vacinação de adolescentes, entre elas, as prefeituras de Natal (RN) e Salvador (BA). No começo da tarde, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decidiu seguir a recomendação do ministério e também suspendeu a imunização de adolescentes na capital federal.
Atualmente, apenas a vacina da Pfizer/Biontech tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em adolescentes a partir de 12 anos. (Com Agência Brasil)