A Série B do Campeonato Brasileiro terá limite de trocas de técnicos em 2021. Em conselho técnico realizado ontem à noite pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ficou decidido que cada equipe poderá ter apenas dois treinadores no mesmo torneio, e cada comandante não pode trabalhar em mais do que dois times durante a competição.
Dos 20 clubes participantes da Série B, Guarani, Ponte Preta e outras 16 equipes foram favoráveis a medida. Recém promovidos a segunda divisão nacional, Londrina e Vila Nova foram contrários. A iniciativa também começa a valer a partir deste ano na Série A e um mesmo treinador pode comandar dois times na elite e dois na divisão de acesso.
Na prática, a nova medida proposta significa que cada clube só pode demitir o treinador uma vez durante a Série B. Se houver uma segunda demissão, o profissional substituto precisar estar trabalhando no clube há pelo menos seis meses.
Se o treinador pedir demissão, os clubes não sofrerão limitação para inscrever um novo comandante. O técnico, uma vez inscrito na competição nacional por um clube, só poderá pedir demissão em uma oportunidade para trabalhar em outra equipe na mesma edição do torneio nacional.
Se o comandante pedir demissão duas vezes, ele não poderá ser inscrito por outro time. No caso de ser demitido pelo clube, o técnico não sofrerá nenhum tipo de limitação quanto à sua contratação por uma nova equipe. “A decisão dos clubes da Série B é mais uma demonstração de maturidade do nosso futebol. Era um desejo da CBF há alguns anos e ficamos satisfeitos que ela seja implantada simultaneamente nas duas principais divisões do Brasileirão. Assim como na Série A, a medida vai permitir a realização de trabalhos mais estruturados por parte dos treinadores e uma maior estabilidade técnica e financeira para os clubes. O futebol brasileiro está unido na direção da renovação e do desenvolvimento”, comentou o presidente da CBF, Rogério Caboclo, no site oficial da entidade.
Ponte com dois técnicos em 2019 e 2020
Nos últimos três anos na Série B do Campeonato Brasileiro, a Ponte Preta teve no máximo dois treinadores efetivos em 2019 e 2020, cumprindo a nova regra da CBF.
Em seu primeiro ano de Série B depois do último rebaixamento, a Macaca começou o campeonato com Doriva, teve João Brigatti, na época auxiliar técnico do clube, como interino, até que Marcelo Chamusca foi contratado. O treinador permaneceu por apenas cinco jogos, e Gilson Kleina encerrou a Série B como comandante da Alvinegra, o que não é permitido na nova regra.
Em 2019, a Ponte começou o campeonato com o técnico Jorginho. Com a saída do treinador, o então auxiliar técnico Felipe Moreira comandou o time interinamente em um jogo, e Gilson Kleina foi o treinador até o final da competição.
No ano passado, a Alvinegra iniciou a Série B sob comando de João Brigatti. Marcelo Oliveira foi contratado como substituto e permaneceu por 14 rodadas, até que foi substituído pelo então coordenador técnico Fábio Moreno, que já era funcionário do clube há mais de seis meses.
Guarani cumpre regra somente em 2018
Nas últimas três temporadas de disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, o Guarani cumpriu a nova regra da CBF apenas em 2018, quando Umberto Louzer permaneceu por 36 rodadas, até que foi demitido e deu lugar ao então auxiliar técnico Marco Antônio.
Em 2019, o Guarani teve dois treinadores efetivos, Vinícius Eutrópio e Roberto Fonseca, além do então interino Thiago Carpini. Pela regra que entrará em vigor neste ano, Carpini não poderia assumir o time por na época ter menos de seis meses de clube.
No último ano, o Bugre começou a Série B sob comando do já efetivo Carpini, que foi substituído por Ricardo Catalá. O treinador permaneceu por apenas oito jogos e foi demitido após o dérbi 197.Para a sequência da competição, Felipe Conceição foi contratado e assumiu o Alviverde, o que também não seria permitido na nova regra.