O prefeito Dário Saadi (Republicanos) anunciou nesta terça-feira (30) à tarde, em entrevista coletiva on-line, que apesar do decreto do governador João Doria (PSDB) que classificou a Educação como atividade essencial, as aulas presenciais não serão retomadas na cidade durante a Fase Emergencial do Plano São Paulo – que deve durar até pelo menos 11 de abril.
O prefeito contou que em reunião realizada nesta terça (30) entre especialistas, representantes de movimentos ligados a pais e alunos e membros do Ministério Público, se concluiu que ainda não há possibilidade de retorno às aulas presenciais. Segundo ele, Campinas vai esperar o fim dessa Fase para avaliar se será possível ou não retomar a atividade.
“Nas semana do dia 4 a 11, vamos analisar os dados da pandemia diariamente, mas do ponto de vista do quadro atual, temos de considerar que o sistema está muito pressionado”, justificou o prefeito.
“Hoje temos perto de 200 pessoas esperando na fila para internação”, disse o prefeito Dário Saadi
Ele disse ainda, que o retorno à aulas não estará vinculado ao programa de imunização de professores e profissionais que atuam nas escolas.
O secretário de Justiça, Peter Panuto, garantiu que a decisão tem amparo legal. “O decreto estadual 65.384, que definiu o Plano Emergencial, é claro. Diz que o prefeito pode interferir em seu território”, afirmou De acordo com ele, o MP também concordou com a decisão.
“Nós entendemos o direito das pessoas que querem voltar, avaliamos sobre o prejuízo que a distância pode gerar aos alunos e entendemos as razões pelas quais as escolas foram consideradas como essenciais, mas antes disso, precisamos identificar o impacto da atividade nos números da pandemia, como a taxa de transmissão, no número de infecções ou de mortes”, disse Panuto.
Antes da decretação da Fase Emergencial, a previsão em Campinas era de retomada das aulas presenciais no dia 5 de abril. Mas antes disso, o início estava previsto para 1º de março. Enquanto isso, as aulas seguem de forma remota desde o dia 8 de fevereiro .
Decreto
Na semana passada, decreto do governador João Doria (PSDB) classificou a educação básica como atividade essencial. Na justificativa, o governador diz acreditar que as escolas, principalmente as que atendem alunos da Educação Infantil até o Ensino Médio, e portanto, compreende a educação básica, “têm papel que vão além do ensino e aprendizagem”.
Segundo o governador, essas unidades contribuem para a segurança alimentar, socialização, saúde mental, integridade física e proteção social de seus estudantes.