O edital de licitação do Trem InterCidades – que vai ligar Campinas a São Paulo – será lançado em dezembro deste ano e o leilão está previsto para ocorrer em abril de 2022, num negócio que deverá exigir perto de R$ 8,5 bilhões em investimentos – que virão da empresa vencedora e também do poder público.
A concessão, que vai envolver três diferentes serviços – a Linha 7-Rubi, a criação do Trem InterMetropolitano (TIM) e o Trem InterCidades (TIC) -, terá a duração de 30 anos, segundo dados apresentados na tarde desta segunda feira (16) em audiência pública na Prefeitura de Campinas.
O projeto prevê três serviços: Linha 7-Rubi – será operada entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Francisco Morato; o TIM (Trem InterMetropolitano) – entre Francisco Morato e Campinas; e o TIC (Trem InterCidades) – entre a Barra Funda e Campinas, com uma parada em Jundiaí.
De acordo com o projeto, o Trem InterCidades deverá fazer o percurso de 101 km do centro de Campinas à Barra Funda, região central de São Paulo, em 1h04. Terá capacidade para 800 passageiros sentados. Possui uma demanda estimada de 49 mil passageiros/dia até 2040. Já em 2050, essa demanda deverá chegar a 59 mil passageiros por dia.
O ponto de partida do TIC em Campinas deverá ser a o pátio rodoviário do Centro – onde hoje funciona a Estação Cultura. O trecho Campinas – São Paulo prevê nove paradas, mas haverá também o serviço expresso, com parada apenas na estação de Jundiaí.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, que participou da audiência, informou que a linha de Campinas vai receber 15 novos trens elétricos, que terão capacidade para transportar 800 pessoas sentadas.
“Nós acreditamos que no início serão em torno de 100 mil novos passageiros que serão incorporados ao serviço. Como existe o serviço parador; o serviço metropolitano e o serviço expresso, essa perspectiva sobe para até 200 mil passageiros e poderá ainda ser aumentada”, disse o secretário.
Segundo o projeto, o trem terá capacidade para atingir a velocidade de até 140 km/h durante a viagem, mas a velocidade comercial deverá ficar em 95km/h.
O secretário disse que o modelo que vai ser ofertado na licitação será o oferecimento no menor investimento a ser dispensado pelo Poder Público. “Portanto, vai vencer aquele que tiver a disposição de investir mais; reduzindo a parcela de investimento do governo”, disse.
Os investimentos a serem feitos pela iniciativa privada e o pode público, podem atingir R$ 8,5 bilhões, segundo a secretaria. Baldy garante ter muitos investidores interessados.
“É um projeto que, já na sua partida, incluindo a linha 7 que em dias normais transporta meio milhão de passageiros, nós colocamos uma viabilidade real e efetiva. Esse foi o objetivo. Viabilizar o projeto”, afirmou.
Tarifa
A tarifa terá valores diferentes, de acordo com o trecho utilizado. O serviço parador permanece com tarifa pública, porque poderão fazer a integração com o sistema da CPTM e o metrô. O serviço expresso, no entanto, tem uma tarifa máxima estipulada em R$ 55,00.
“É a tarifa máxima. Portanto, esse valor, que é considerado o valor do transporte rodoviário, é o teto. Daí pra baixo é o que poderá ocorrer na cobrança de tarifa”, disse Baldy. “Portanto, aquele que vai de ônibus paga R$ 55, mas poderá ir de trem, com uma previsibilidade muito maior; uma viagem de 60 minutos com mais conforto, com toda segurança e obviamente com um custo que seja melhor do que aquele que ele tem hoje” argumenta.