Ao iniciar o velório na manhã desta quarta-feira (22), no Cemitério dos Amarais, em Campinas, a família descobriu que o corpo que estava no caixão não era o de Maria Aparecida Cardoso, de 74 anos. Familiares passaram horas tentando descobrir onde estaria o corpo da idosa, até que no meio da tarde, o incidente foi esclarecido. A troca foi registrada em um Boletim de Ocorrência, no 2º DP de Sumaré.
De acordo com o Grupo Serra, o corpo de Maria Aparecida, que faleceu na terça-feira (21), às 11h30, no Hospital Estadual de Sumaré, foi enviado à família de uma outra idosa, de 71 anos, que havia morrido no mesmo dia, às 7h30, na UPA Macarenko. A família da idosa da UPA identificou o corpo entregue pela funerária – que na verdade era o de Maria Aparecida – e realizou o enterro nesta quarta-feira (22), às 10h30.
Os familiares de Maria Aparecida, porém, ainda terão de aguardar mais alguns dias para poder realizar o enterro. Segundo o Grupo Serra, a família da paciente que faleceu no UPA Macarenko foi informada sobre a troca e a necessidade de realizar a exumação do corpo para confirmação das digitais. Só após a identificação por digital das idosas e a conclusão do inquérito policial é que o enterro de Maria Aparecida poderá ser realizado.
A troca, informa o Grupo Serra, foi resultado da falta de identificação da vítima falecida na UPA Macarenko. “O primeiro corpo, retirado no Hospital Estadual de Sumaré, estava identificado com uma etiqueta em que continha seu nome, data de falecimento, horário e hospital de origem. O segundo corpo, de uma senhora falecida aos 71 anos, no dia 21 de setembro às 7h30 da manhã horas, foi retirado na UPA Macarenko, por volta das 11h e estava acompanhado de uma etiqueta em branco e um papel solto com uma identificação, acima do corpo”, informa a nota do Grupo Serra.
A assessoria de imprensa do Hospital de Sumaré confirmou que todos os procedimentos foram realizados corretamente na unidade. Explicou que o corpo de Maria Aparecida foi encaminhado ao necrotério e depois levado pela funerária do Grupo Serra. “Só havia essa paciente no necrotério e todos os protocolos de rastreabilidade foram seguidos. O corpo foi entregue à funerária, com todas as documentações corretas. A partir desse momento, a responsabilidade passou a ser da funerária”, detalhou a assessoria de imprensa.
A assessoria esclareceu ainda que um corpo foi levado do hospital na terça e outro foi trazido de volta nesta quarta-feira. “Assim que o hospital foi informado pela família sobre a troca, requisitou à funerária que trouxesse o corpo de volta ao hospital para fazer a rechecagem com a equipe que cuidava da paciente. Ao constatar que o que o corpo que trouxeram não era o de Maria Aparecida, o necrotério foi lacrado. Solicitamos à polícia para remover o corpo do hospital e enviá-lo ao IML”, detalhou a assessoria.
Grupo Serra
Em comunicado, a funerária lamentou o ocorrido. “O Grupo Serra lamenta profundamente o ocorrido e compromete-se integralmente com os esclarecimentos deste caso, cujas conclusões dependem de informações ainda a ser levantadas pela análise feita a partir do inquérito policial em curso. Sabemos ser imensurável o sofrimento causado e nos colocamos inteiramente à disposição para receber as famílias.”
O caso foi registrado no 2º Distrito Policial de Sumaré (SP) como subtração, destruição e ocultação de cadáver.