Vice-presidente de Saúde da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o prefeito de Campinas, Dário Saadi, encaminhou nesta quarta-feira (12), um ofício à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Ministério da Saúde em que pede a aprovação de autotestes de Covid-19 para comercialização em farmácias e drogarias.
Uma resolução de 2015 , mais ainda em vigor, proíbe o uso de autotestes para detecção de doenças infecciosas passíveis de notificação compulsória, como é o caso da Covid.
O ofício leva em conta que o “grande número de casos de Covid-19 pela variante ômicron reduz a força de trabalho dos profissionais de Saúde e de outros setores por escassez de mão de obra e período prolongado de isolamento e quarentena”, esclareceu o prefeito.
O prefeito de Campinas também argumentou que os testes de antígeno apresentam um potencial muito maior de descentralização e capilaridade de distribuição, essenciais em países com poucos recursos e amplo território, como o Brasil.
Usando metodologias mais simples, rápidas e baratas que os de RT-PCR, os testes de antígeno não necessitam de grande infraestrutura laboratorial ou profissionais especializados. Tem fácil operação e interpretação e os resultados são liberados rapidamente.
Ao enviar o documento, o prefeito também levou em consideração o anúncio do Ministério da Saúde – feito na última segunda-feira, dia 10 de janeiro, que reduziu de dez para cinco dias o período de isolamento de suspeitos se a pessoa tiver resultado negativo para o teste.
Desabastecimento
Diante do risco de desabastecimento de insumos para testes de covid-19, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) recomendou em nota técnica divulgada nesta quarta-feira (12), a priorização de pacientes graves para a realização dos exames.
Pela escala proposta pela associação, devem ser testados primeiro os pacientes com maior gravidade de sintomas, casos de hospitalização e cirurgia, pessoas de grupos de risco, gestantes, trabalhadores assistenciais da área da saúde e colaboradores de serviços essenciais.
A Abramed aponta que “a alta transmissibilidade da nova variante Ômicron causou aumento exponencial de casos, o que vem demandando significativo aumento da capacidade produtiva global de testes”.
A entidade alerta que se não houver recomposição dos estoques “rapidamente” poderá ocorrer falta de oferta de exames. Isso ocorre tanto para os de tipo PCR, como de antígeno.
“Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil”, diz a associação na nota.
A Abramed disse que não é possível calcular até quando será possível atender, pois os estoques variam entre os laboratórios e as regiões.