Problema que vem sendo relatado há mais de um mês, e que anualmente se repete, a superlotação das UTI neonatais e dos leitos pediátricos de Campinas pode estar perto de uma solução. O governo do Estado prometeu apresentar um cronograma para a implantação de 70 leitos de enfermaria pediátrica e de UTI e UCI neonatais em Campinas e região.
A promessa foi feita na manhã desta segunda-feira, durante reunião entre o prefeito do município, Dário Saadi, e representantes da Saúde. Na semana passada, dois hospitais de Campinas que realizam atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) anunciaram superlotação das Unidades de Terapia Intensiva neonatais. Tanto a Maternidade de Campinas quanto o Hospital PUC-Campinas apresentavam lotação máxima.
A intenção do governo do estado é abrir cerca de 40 estruturas de pediatria no Hospital de Clínicas da Unicamp, que deverá ter de oito a 10 novos leitos de enfermaria; e no Hospital de Sumaré, com a reabertura de 30 estruturas também de enfermaria.
Além dessas medidas, também deve estar no cronograma a implantação de seis leitos de UTI neonatal em Paulínia e 24 de cuidados intermediários, sendo oito em Paulínia, 10 em Santa Bárbara d’Oeste e seis em Jaguariúna.
Na semana passada, a Rede Mario Gatti abriu mais sete leitos de enfermaria pediátrica no Hospital Mário Gatti. Em abril, a Rede implantou cinco novas estruturas de UTI pediátrica no Hospital Ouro Verde.
Esse é o segundo encontro para discutir soluções para a alta demanda de leitos pediátricos e neonatais. A maioria dos pacientes internados em Campinas está com doenças respiratórias. Mais de 30% são de outros municípios. O primeiro encontro sobre o tema aconteceu no último dia 6.
Além do prefeito, participaram da reunião o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon; o presidente da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, Sérgio Bisogni; a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben; a diretora do DGDO (Departamento de Gestão e Desenvolvimento Organizacional), Érica Guimarães; a coordenadora da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) municipal, Denise Vieira Antunes Amaral; representantes do Caism-Unicamp, do HC Unicamp, da Maternidade de Campinas, do Hospital Celso Pierro e da Secretaria Estadual de Saúde.
Na quarta-feira passada (18), a sobrecarga do sistema de Campinas chegou ao limite. O Hospital PUC-Campinas orientou que pacientes procurassem outras unidades de saúde. Porém, a Maternidade de Campinas, que seria opção, também estava cheia.
De acordo com o hospital da PUC, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal tem capacidade instalada para 20 leitos, sendo que 16 são destinados ao convênio do Sistema Único de Saúde (SUS). Na quarta passada, a UTI Neonatal estava superlotada com 28 bebês prematuros, sendo 26 do SUS – e quatro de outros municípios.
Há mais de um mês, o SUS municipal opera com fila de espera de crianças por vagas de enfermaria pediátrica, em razão do aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).