O morador da Região Metropolitana de Campinas (RMC) convive há pelo menos três dias com uma cena alarmante. Os finais de tarde têm se transformado numa espécie de “fog londrino”: entardecer cinza, sol à míngua e um cenário de nevoeiro. Na verdade, o que parece ser uma neblina é a presença de uma imensa e perigosa cortina de fumaça, resultante dos incêndios em série que seguem desafiando as autoridades.
As queimadas se repetem por todo o estado de São Paulo, incluindo municípios da RMC, como Campinas, Jaguariúna, Hortolândia e Sumaré.
Por conta do avanço dos incêndios, o governo de SP criou um gabinete de crise. A ação de monitoramento e controle, que se acentuará durante todo este final de semana, faz parte da Operação SP Sem Fogo e conta com técnicos da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).

De acordo com o monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Defesa Civil, 30 cidades estão com alerta máximo para grandes queimadas e estão neste momento com focos ativos de incêndio. São localidades que estão com baixa umidade do ar e risco elevado com a onda de calor que atinge todo o estado.
Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural.
Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente. As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares.

Nesta sexta-feira, rodovias da região de Ribeirão Preto chegaram a ser interditadas porque não havia visibilidade para os motoristas diante da grande presença de fumaça.
Confira abaixo:
Região do Chapadão em Campinas nesta sexta-feira, com o entardecer alaranjado pela combinação de sol, fumaça e tempo seco – Vídeo: Pedro Basso/Hora Campinas
Campinas
A Defesa Civil de Campinas apoia o Corpo de Bombeiros no combate a um incêndio no Distrito de Joaquim Egídio, região da Área de Proteção Ambiental (APA). O fogo começou nesta sexta-feira na Fazenda das Pedras, próximo à Rua professora Lydia Abdalla, e estava sendo combatido pela brigada do local, que solicitou apoio.
A Sanasa também deu suporte com abastecimento de água ao Corpo de Bombeiros. A subprefeitura de Joaquim Egídio também dá apoio com equipamentos. Ainda não há previsão para o término dos trabalhos.
Neste sábado, dia 24, de manhã, a Defesa Civil vai sobrevoar a área com drones para dimensionar o tamanho da área atingida.
A população deve ligar para o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 caso aviste novos focos de incêndio. O coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, destacou que o tempo seco, com baixa umidade do ar, e muito calor favorecem a ocorrência de incêndios, “por isso, é necessária a colaboração da população para que não coloque fogo para limpeza de terrenos ou jogue bitucas de cigarro acesas em áreas de mata”.

Mudança de tempo
A boa notícia para todos é que chegará ainda neste sábado uma frente fria e o tempo muda. Porém, no sábado, ainda continuará abafado e seco. De acordo com o Cepagri da Unicamp pode chover no sábado à noite. O domingo, 25, será chuvoso e a segunda-feira, 26, de tempo firme e frio.











