O que você faria se encontrasse um livro no banco de uma praça, num ônibus, metrô ou em algum outro local da cidade? Levaria para casa ou deixaria? Daria uma espiadinha? Já parou para pensar que esse livro pode ser um convite para a leitura oferecido para você e para as outras pessoas?
Max Franco “perde” livros por aí há muitos anos, nos mais diferentes lugares públicos de várias cidades do Brasil e do mundo. Tanto que criou o projeto #LivreOMundo. “A ideia surgiu há uns 15 anos após ler uma matéria sobre uma pessoa que perdia livros em paradas de ônibus. ‘Livre o mundo’ é uma metáfora de livrar (dar livros) e livrar (libertar) o mundo da ignorância, pois acredito que os livros mudam pessoas e as pessoas mudam o mundo”, diz.
Apaixonado pela leitura desde os 13 anos, foi quando Max se propôs a ler um livro por semana. Aos 50 segue cumprindo o combinado que fez consigo ainda na adolescência. Max é professor na faculdade Unità, em Campinas, formado em Letras, pós-graduado em Inovação em Educação e com mestrado em Gestão de Negócio. Ele já escreveu 11 livros. Seu mais recente lançamento é Iracema – Cantos e Contos.
“Perder livros é uma forma que encontrei de tentar aproximar a leitura dos potenciais leitores. Quando eu ‘perco’ um livro ele passa a ter pelo menos duas histórias”, diz.
Geralmente Max coloca um texto dizendo que o livro não pertence à pessoa que achou. “Será seu enquanto você ler e, se possível, perca após fazer a leitura para que outras pessoas possam ler. Livros não gostam de estantes, se pudessem, escolheriam estar nas mãos das pessoas”, destaca.
O professor e escritor diz que no fundo espera que as pessoas percam novamente e diversas vezes o livro. “Fico pensando nas emoções repetidas de quem acha e de quem perde o livro, principalmente se gostou dele”, diz.
Ele conta que, às vezes, fica espiando as pessoas “encontrarem” o livro. “Elas olham para os lados desconfiadas e depois leem a dedicatória. Sempre sorriem. Sempre levam o livro. Quando estão acompanhadas, mostram animadas para quem está ao lado”, conta o “perdedor” de livros e colecionador de histórias.
Kátia Camargo é jornalista e já fez várias experiências com seu filho Marcos, quando ele era menor, de perder livros nos bancos do ônibus. Os dois adoravam observar a reação das pessoas. Algumas pegavam o livro e guardavam, outras folheavam, outras deixavam o livro no banco esperando o próximo passageiro se sentar.