A Justiça Eleitoral liberou a pesquisa encomendada pelo jornal Correio Popular e que havia sido suspensa, em caráter liminar, por determinação da juíza Fernanda Silva Gonçalves, da 378ª Zona Eleitoral de Campinas. O levantamento foi barrado, em primeira instância, no último final de semana, em decisão que atendeu representação apresentada pelos partidos Agir, Cidadania, PSDB, PDT, PMB e União Brasil, protocolada na sexta-feira (6). Os partidos compõem a coligação “Campinas: Uma Cidade Pra Todos”, do candidato a prefeito Rafa Zimbaldi.
Por conta da suspensão, o jornal avocou o direito de informação e considerou a decisão como uma censura.
O veículo utilizou em suas plataformas digitais e versão impressa um carimbo, em vermelho, com a expressão “censurado”. Além disso, defendeu a pesquisa em editoriais. O Correio contou com o apoio de lideranças e de entidades, entre elas, a Associação Nacional de Jornais (ANJ).
A coligação pró-Rafa havia argumentado que o jornal Correio Popular “desrespeitou a determinação da Justiça Eleitoral de Campinas ao publicar, no sábado (7), em seu site, pesquisa de intenção de voto do pleito eleitoral da cidade”.
A pesquisa, elaborada pela empresa Olhar Público Pesquisas de Opinião, aponta a liderança do atual prefeito e candidato à reeleição Dário Saadi (Repub).
Segundo a coligação, “entre os pontos que não preenchem os termos do TSE estão a inconsistência nos dados referentes à renda, escolaridade e faixa etária dos entrevistados”. Em nota distribuída à imprensa na ocasião, a coligação formada para apoiar o candidato Rafa Zimbaldi diz que “a aglutinação realizada pela empresa de pesquisa promoveu distorção relevante nos dados percentuais, o que, por si só, justifica a proibição de divulgação do resultado da pesquisa impugnada.”
Posição do MPE
O Ministério Público Eleitoral (MPE) posicionou-se de forma contrária à juíza de primeira instância a respeito da pesquisa nº SP-02758/2024. Parecer do promotor Miguel Tadeu Guimarães de Campos entendeu que “a presente representação deve ser julgada improcedente”.
E continuou: “Os próprios quadros comparativos trazidos pelo representante indicam que a aglutinação promovida pela representada respeita, razoavelmente, as proporções oriundas do IBGE. Digo razoavelmente porque parece matematicamente impossível que o critério do IBGE seja aplicado com exatidão matemática”.
Reversão da sentença
Após manifestação do Ministério Público Eleitoral (MPE), a juíza Fernanda Gonçalves revogou a liminar, liberando a pesquisa. A juíza entendeu que a representação havia sido “improcedente”.
Os números
Na pesquisa liberada, feita pelo Instituto Olhar Público, a pedido do Correio, o prefeito Dário Saadi lidera tanto na espontânea (24%) como na estimulada (42,7%). Zimbaldi está em segundo lugar (15,5%) na estimulada e em terceiro na espontânea (4,7%); Pedro Tourinho aparece em terceiro na estimulada com 12,5% e em segundo na espontânea, com 7,5%. Depois, aparecem Wilson Matos (6,3% na estimulada e 0,8% na espontânea). Angelina Dias, que teve sua candidatura à Prefeitura impugnada essa semana (ela recorre da decisão), tem 1,5% na estimulada, mas não pontuou na espontânea.