O Brasil conquistou duas medalhas no judô durante a madrugada deste domingo, sendo uma delas de maneira histórica. Alana Maldonado (ouro) e Meg Emmerich (bronze). Alana, de 26 anos, foi a primeira mulher brasileira da modalidade a subir no lugar mais alto do pódio em uma edição de Jogos Paralímpicos. Com um wazari, a paulista de Tupã derrotou a georgiana Ina Kaldan, na final da categoria até 70kg, e conquistou o primeiro ouro para o judô brasileiro em Tóquio. Alana também já havia sido a primeira brasileira campeã mundial de judô, em 2018.
“Agradeço a toda a minha família e à comissão técnica, que estiveram sempre do meu lado neste ciclo tão difícil. Sou outra atleta em relação aos Jogos do Rio. No Brasil, estava do lado dos meus amigos e da minha família. Agora, fui campeã na terra do judô. Obrigado a todos que torceram. Esta medalha não é só minha. É de todos”, disse Alana
Já a paulistana Meg Emmerich, de 34 anos, ficou com o bronze, na categoria acima dos 70 kg, ao derrotar Altantsetseg Nyamaa, da Mongólia, por ippon.
Em sua sétima edição dos Jogos, Antônio Tenório, da categoria até 100kg, saiu do megaevento sem subir ao pódio pela primeira vez em toda a carreira. Na disputa pelo bronze, ele chegou a ficar em vantagem ao aplicar um wazari em Sharif Khalilov, do Uzbequistão, logo no início do combate. No entanto, faltando três segundos para o fim da luta, o brasileiro também acabou sofrendo um wazari. No golden score (desempate), Tenório levou um ippon e foi derrotado. Dono de seis medalhas em Jogos Paralímpicos – quatro de ouro, uma de prata e uma de bronze -, o judoca de 50 anos foi reverenciado por seu oponente no fim do confronto.
Arthur da Silva (categoria até 90kg) sofreu um ippon do ucraniano Oleksandr Nazarenko, também na disputa pelo bronze, e ficou sem medalha. Já Wilians Araújo (categoria acima dos 100kg), prata na Rio 2016, perdeu na estreia, por ippon, para o cubano Yordani Fernández e foi eliminado.
Halterofilismo
A paulista Mariana D’Andrea, de 23 anos, conquistou a primeira medalha de ouro brasileira no halterofilismo na história dos Jogos Paralímpicos. Neste domingo (29), a atleta, da categoria até 73kg, levantou 137 quilos e superou a chinesa Lili Xu, que ficou com a prata (134 quilos). O bronze foi para a francesa Souhad Ghazouani (132 quilos).
“Esperava muito por este momento. Não tem gratidão maior do que ganhar esta medalha após cinco anos de treinamento. Agradeço a todos pela torcida e pela oração. Quero deixar registrado aqui, que se você tem sonho, corra atrás dos seus objetivos e os conquiste”, disse Mariana. Além do ouro da atleta, o Brasil tem outra medalha no halterofilismo paralímpico: a prata de Evânio Rodrigues da Silva nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
Histórico
Líder do ranking mundial na sua categoria, Mariana tem nanismo. Seu atual técnico, Valdecir Lopes, a viu na rua, em 2015, e a convidou para praticar halterofilismo. Além deste ouro conquistado em Tóquio, a atleta, natural da cidade de Itu, foi ouro na etapa de Tbilisi da Copa do Mundo 2021 e também subiu ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
No masculino, o brasileiro Evânio da Silva terminou na oitava colocação da categoria até 88kg. O jordaniano Abdelkareem Mohmmad Ahmad Khattab (231kg) conquistou a medalha de ouro e o lugar mais alto do pódio, tendo ao seu lado o chines Jixiong Ye (220kg) com a prata e o egípcio Hany Abdelhady (214kg) fechando o pódio, com o bronze.
Evânio da Silva teve três tentativas para erguer 200kg na prova, mas não conseguiu completar nenhuma delas e acabou ficando com a última colocação. (Comitê Paralímpico Brasileiro)