Há exatamente 65 anos, no dia 5 de junho de 1960, bugrinos e pontepretanos se acomodavam nas arquibancadas do Brinco de Ouro para torcerem por suas equipes na disputa do primeiro Dérbi daquele ano. E o que seria mais um jogo da tradicional Taça Amizade, um torneio amistoso entre ambos, realizado com frequência desde 1956, se transformou em um dos duelos mais emblemáticos do clássico campineiro.
O Guarani atropelou a Ponte Preta por 6 a 0 e registrou a maior goleada da história do Dérbi. Nem antes e nem depois daquele 5 de junho houve uma diferença maior de gols nos duelos entre os dois rivais, que já se enfrentaram 209 vezes, desde o primeiro encontro, em 1912.
Benê e Osvaldo abriram 2 a 0 para o Guarani no primeiro tempo ao marcarem aos 21 e 22 minutos, respectivamente. Na etapa final, Osvaldo fez 3 a 0 em cobrança de pênalti aos 14, Cabrita ampliou aos 31, Benê voltou a balançar a rede aos 33 e Paulo Leão fechou o placar aos 43.

O Guarani entrou em campo com a seguinte formação: Dimas; Ferrari, Carlão e Diogo; Valter e Eraldo; Dorival (Dido), Marin, Cabrita (Paulo Leão), Benê I (Bené II) e Osvaldo. Já a Ponte Preta jogou com: Walter; Darci Santos, Esmeraldo (Ivan) e Ilzo; Miltinho e Pitico; Alcides, Paulinho (Zezinho), Nilson, Sílvio (Nivaldo) e Joubert.
No banco, a atração tanto de um lado como do outro eram dois técnicos que marcaram seus nomes na história do futebol brasileiro. O argentino Armando Renganeschi comandava o Guarani, enquanto Gentil Cardoso dirigia a Ponte Preta. Um detalhe: naquele ano, a Macaca foi rebaixada no Campeonato Paulista e só retornou à divisão principal do estado nove anos depois.

Da equipe bugrina que participou da goleada, o lateral direito Ferrari, o meia Benê e o ponta esquerda Osvaldo estão entre os destaques.
O primeiro integrou a primeira Academia de Futebol do Palmeiras nos anos de 1960, sob o comando do técnico Ernesto Filpo Nuñez e atuando como lateral esquerdo.
Benê brilhou no São Paulo e quase foi convocado para disputar a Copa do Mundo do Chile, em 1962, quando o Brasil conquistou o bicampeonato.

Já Osvaldo teve passagem marcante pelo Flamengo e ficou conhecido como “ponte-aérea”: ele gastava boa parte do dinheiro de seu salário em viagens do Rio de Janeiro a São Paulo, e depois complementava o percurso até Campinas de ônibus, para encontrar a namorada Marilena, a Neca.