A Maternidade de Campinas completa 108 anos nesta terça-feira (12), como referência regional no atendimento às mulheres e recém-nascidos. A história é celebrada com o olhar voltado para o futuro, com foco em tecnologia e diversificação do atendimento. O hospital é filantrópico e reconhecido como a maior maternidade do Interior do Brasil em número de partos, sendo referência nacional em atendimento materno-infantil e modelo regional no atendimento à saúde da mulher.
De acordo com a direção, a instituição vem utilizando a excelência de seu atendimento médico-hospitalar e de suas instalações para ampliar, gradativamente, o atendimento para consultas e procedimentos cirúrgicos em diversas especialidades, além dos relacionados à ginecologia e obstetrícia, e não mais restrito àquelas direcionadas exclusivamente ao público feminino.

“A diversificação no atendimento é necessária para manter a filantropia em ginecologia e obstetrícia, considerando que realiza aproximadamente 1.900 internações mensais e cerca de 750 partos por mês, sendo 60% pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, informa a instituição, em nota.
Tem gente que desconhece, mas o Hospital Maternidade de Campinas não atende apenas o público feminino.
A instituição está preparada e equipada para realizar procedimentos cirúrgicos das mais variadas complexidades, para ambos os gêneros, como por exemplo, cirurgias plásticas, bariátricas, oncológicas, urológicas, e otorrino.
Dos 40 leitos de sua Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal, por exemplo, 22 são oferecidos para a rede pública.
O corpo clínico conta com 642 médicos e 910 funcionários registrados.
Com todos esses números, a Maternidade tem ligação direta com a cidade e com a população, já que quase todo mundo nasceu ou conhece alguém que nasceu ou tenha sido atendido na Maternidade.
Parto adequado
Ao longo dos anos, a Maternidade de Campinas também vem se adequando a novos modelos de assistência médica. Um deles é o Programa Parto Adequado (PPA), uma iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde, Hospital Israelita Albert Einstein e com o Institute for Healthcare Improvement (IHI) – para a redução do número de cesáreas desnecessárias e a melhoria no atendimento às gestantes e aos bebês.
Essa proposta mudou o modelo assistencial, qualificando a atenção ao parto e ao nascimento para reduzir as intervenções cirúrgicas desnecessárias e, com isso, reverter os indicadores que transformaram o Brasil no País campeão de cesáreas.
Para promover as mudanças, a Maternidade efetuou adequações de recursos humanos e da ambiência hospitalar para a incorporação de equipe multiprofissional; capacitou os profissionais para ampliar a segurança na realização do parto normal; promoveu o engajamento do corpo clínico, da equipe e das próprias gestantes, além de rever as práticas relacionadas ao atendimento das mães e dos bebês, desde o pré-natal até o pós-parto.

Aprimoramento
Marcos Miele, presidente do hospital, garante que a população sempre poderá contar com o aprimoramento da Maternidade. “A cidade de Campinas e sua população podem esperar da maternidade sempre um aprimoramento tecnológico, condizente com seu nome. Ela sempre procura as principais tecnologias, as principais inovações para manter o atendimento materno-infantil vigente. Tem a principal UTI Neonatal de toda a macrorregião de Campinas, com atendimento de excelência para todos os recém-nascidos prematuros. O aprimoramento sempre foi de ponta e vai continuar sendo”, garante.

Filantropia
Para manter a sua filantropia, o Hospital Maternidade de Campinas depende dos repasses do SUS, da saúde suplementar (convênios) e dos atendimentos particulares. No entanto, com a pandemia, a direção aponta que não está sendo possível compor as receitas e fazer frente às despesas crescentes: como referência para atendimento às gestantes com Covid-19, o hospital teve de suspender por meses as cirurgias eletivas, só retomadas em agosto e de forma gradativa.
O hospital tem solicitado a ajuda da comunidade e de instituições para ajudar a compor suas receitas e contado com as doações voluntárias feitas por cerca de 200 médicos associados.
A diretoria da Maternidade de Campinas, vale lembrar, exerce trabalho voluntário na administração do hospital, não recebendo qualquer remuneração pela dedicação.
Contribuições podem ser feitas via depósito, TED ou transferência. Banco Itaú | Ag: 1026
Conta Corrente 03979-0. CNPJ: 46.043.980/0001-00.
História
O Hospital Maternidade de Campinas surgiu sob a iniciativa de Thomaz Alves, José Barbosa de Barros, Francisco Betin Paes Leme, Celso Silveira Rezende, Mário Gatti, Antonio Pompeu de Camargo, Armando Rocha Brito, entre outros, para que as gestantes carentes pudessem ter um local para serem assistidas.
Em 1910, a Câmara Municipal presidida por Álvares Lobo, votou e aprovou um terreno de 2.688 m2 na Avenida Andrade Neves. Em 1911, era lançada a pedra fundamental e a construção iniciada. Em 12 de outubro de 1913, data oficial da fundação do Hospital Maternidade de Campinas, os organizadores então procederam a Assembleia Geral para aprovação dos Estatutos Sociais da Entidade.

A Maternidade funcionou na Avenida Andrade Neves até 1965. Em 1950 houve a decisão da construção de um novo prédio, na Avenida Orosimbo Maia, que foi inaugurado 15 anos depois, em 19 de dezembro de 1965. Na mesma época, o hospital contribuiu com a Unicamp, abrindo as portas para que ela funcionasse provisoriamente em suas dependências.

O Hospital Maternidade de Campinas é reconhecido como de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, cumprindo até hoje o seu fiel compromisso de atendimento à população.