Após a divulgação de um estudo da Universidade de São Paulo (USP) sobre o alto índice de infecção por Covid-19 no meio do futebol, semelhante ao de profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à doença, o coordenador médico da Ponte Preta, Felipe Abreu, contestou a comparação.
De acordo com a pesquisa, a incidência de contaminação de atletas de futebol durante a temporada de 2020 equivaleu a 11,8%. “Eu tive conhecimento desse estudo através da mídia, pois não foi divulgado em nenhuma revista científica. A pandemia tem uma velocidade de transmissão particular de cada lugar e cada um tem o seu próprio protocolo sanitário. A população deste estudo abrange desde futebol de base e futebol feminino até futebol profissional masculino, então acabam sendo pontos que inviabilizam a comparação direta desses dados”, analisou Felipe Abreu.
Na última terça-feira, a Federação Paulista de Futebol divulgou nota oficial de esclarecimento sobre o assunto.

De um total de 32 profissionais da Ponte Preta infectados na atual temporada, 18 atletas foram isolados, mas 16 realmente tiveram a confirmação da contaminação através do teste positivo. Destes, nove foram assintomáticos. “É difícil fazer essa comparação porque aqui a gente é testado com uma frequência muito grande, enquanto a maioria dos setores não são. A gente faz de dois a três testes por semana e muitas vezes acabamos detectando casos assintomáticos, uma situação que passaria despercebida se não houvesse tantos testes. Quanto mais se testa, mais se detecta. A ideia principal é isolar quem está transmitindo de forma assintomática, porque esses a gente não sabe quem são e podem estar espalhando a doença”, finalizou o médico pontepretano.