Durante a pandemia, a maioria dos setores enfrentou uma grande crise devido à recessão econômica, entretanto o setor pet se mostrou flexível e resistente no mesmo período. A previsão para 2021 é que o mercado pet de medicamentos é feche o ano com um faturamento aproximado de R$ 5.8 bilhões, de acordo com dados da Comac (Comissão de Animais de Companhia) do Sindan – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal.
A pesquisa Radar Pet 2021 apontou que o período de isolamento trouxe um aumento de 30% no número de animais presentes nos lares brasileiros.
Esse crescimento da população animal e a preocupação dos tutores com seus pets fez com que o mercado pet tivesse um faturamento bruto de R$ 5 bilhões em 2020, valor 15% superior ao ano anterior.
Além disso, no último ano, todas as categorias de produtos pet tiveram crescimento expressivo, com destaque para ectoparasiticidas (18%), produtos terapêuticos (24%), vacinas (21%) e produtos dermatológicos (10%). A comissão também observou que houve um aumento de 31% e 28% nos gastos com medicamentos para cães e gatos, respectivamente, e 74% de aumento das compras online de remédios.
Não à toa o segmento pet brasileiro se tornou o 2º maior do mundo. Esse crescimento deve continuar a todo vapor nos próximos anos.
Segundo previsões da Comac, a estimativa é que o setor de medicamentos cresça dentro da sua base histórica de 15 a 18%, o que corresponde a quase o dobro do crescimento mundial de 2020, que foi de 6,1%.
Além disso, o setor médico-veterinário está muito otimista com sua perspectiva de recuperação, já que, segundo a pesquisa Radar Pet, cerca de 11% dos profissionais afirmaram que a pandemia não afetou seu negócio. E, ainda, 29% acreditam que dentro da perspectiva do mercado, ele já restabeleceu o patamar de clientela e atendimento que se tinha antes da pandemia, e 19% acreditam que falta pouco para isso acontecer.
E o principal motivo para esse crescimento é o estreitamento da relação entre animais e tutores. De acordo com a pesquisa Radar Pet 2021 da Comac, durante a pandemia os pets começaram a ser enxergados ainda mais como um filho ou um membro da família. Por conta disso, as pessoas começaram a prestar mais atenção na saúde e bem-estar dos cães e gatos, aumentando os seus gastos com medicamentos, consultas, alimentação, acessórios, brinquedos etc.
O coordenador da Comac, Leonardo Brandão, acredita que a rápida recuperação do setor demonstra os efeitos que a pandemia teve na relação entre os tutores e seus pets.
“Apesar de possuir características próprias, o mercado pet é sensível à queda do varejo. O ponto importante que eu vejo é que essa recuperação acelerada no segundo semestre de 2020 se deve a um fator interessante: a reclusão das pessoas em casa e o maior contato com os seus pets fez com que os tutores prestassem mais atenção às suas necessidades, o que pode ter um dos motivos da aceleração do setor, associado a um aumento no número de adoções pelos tutores. Acreditamos que esse cuidado vá continuar mantendo o setor aquecido”, observa.