Milhares de pessoas protestam no Centro de Campinas neste sábado (3) contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Este é o primeiro ato depois de protocolado o “superpedido” de impeachment contra o presidente. As manifestações nacionais estavam programadas para o fim do mês, mas foram adiantadas, e acontecem em diversas capitais, além de outras cidades pelo País. O “superpedido” de impeachment é assinado por representantes de diversos partidos, incluindo ex-aliados do presidente, movimentos sociais, entidades de classes, entre outros.
Em Campinas, os atos foram convocados por partidos de esquerda e entidades de classe. Os manifestantes se concentraram no Largo do Rosário e saíram em passeata pela Avenida Francisco Glicério. A Prefeitura informou que cerca de duas mil pessoas participaram da manifestação, de acordo com a Emdec. Os manifestantes circularam pela Avenida Francisco Glicério, Moraes Sales, Irmã Serafina, Anchieta, Benjamin Constant, Senador Saraiva e Campos Sales. Em alguns trechos foram registradas lentidão entre 30 e 40 minutos, mas sem incidentes. Eles voltaram ao Largo do Rosário e encerraram o protesto por volta de 13h40.
A servidora estadual Mariana Ribeiro Nogueira diz estar feliz em participar do ato. “Acho que este ato é muito importante, neste momento preciso que nós estamos vivendo, neste momento da CPI, neste momento em que ultrapassamos meio milhão de pessoas mortas por pura pura ganância, corrupção. Antes achávamos que era ideológico, não é não. Agora está tudo revelado. Este governo não pode mais continuar, esse governo é criminoso e nós estamos aqui para falar isso, para pedir Viva o SUS e Fora Bolsonaro”, protesta.
O professor Fernando Lopes também fez questão de comparecer. “Este ato de hoje é fundamental na luta não só contra a corrupção, não só contra o genocídio que vem sendo aplicado contra os povos originários da nossa terra, contra os povos que criaram o nosso Brasil, mas também contra todas essas medidas econômicas, políticas sociais que têm depreciado, que têm destruído a população brasileira. O preço do mercado está um absurdo, o preço do aluguel está absurdo, o preço da energia elétrica está um absurdo, e esse governo só beneficia os mais ricos”, afirma.
Segundo o professor, o governo vai contra até quem o apoiou. “Nem a classe média que apoiou esse governo (ele beneficia), agora ele vem com uma medida de aumentar o imposto de renda dessa classe média. Então esse governo Bolsonaro tem um pacto, um pacto com os mais ricos, o pacto que ele tem é com o fascismo. Nós vamos derrubar o governo Bolsonaro por comida no prato, por vacina para todos”, diz.
Representantes de povos indígenas, do Movimento Negro, da Comunidade LGBTQIA+, dos trabalhadores e de partidos de esquerda estavam no protesto.
“Nós estamos aqui no terceiro ato contra o Bolsonaro, é importante que se diga que o presidente Jair Bolsonaro não comprou vacina e mais de 520.000 pessoas morreram por uma doença que já tem vacina. Nós estamos aqui para dizer da importância de ter política pública e da importância de nós valorizarmos as vidas e garantimos condições para que os trabalhadores fiquem em casa, em segurança, e que se garanta a vacina. Fora Bolsonaro. Queremos vacina no braço e comida no prato”, diz Marcela Moreira, presidente do Psol-Campinas.
Pelo Brasil
Manifestações contra a corrupção e em defesa de uma educação de qualidade e contra os cortes no orçamento federal para o setor em 2021 ocorrem em diversas cidades do País. Os manifestantes também reivindicam auxílio emergencial de R$ 600, mais vacinas e criticam a atuação do governo federal na pandemia de covid-19.
Rio de Janeiro
O centro do Rio reuniu manifestantes, na manhã deste sábado (3). Com faixas e cartazes, eles reivindicam entre outras ações, mais rapidez no processo de vacinação contra a covid-19. Os manifestantes se concentraram no Monumento à Zumbi, próximo ao Sambódromo, na Avenida Presidente Vargas, de onde saíram em passeata até a Cinelândia.
Recife
No Recife, a manifestação começou no centro da cidade. O ato, promovido por entidades ligadas a movimentos sociais e estudantis, sindicatos e partidos políticos, pedia mais vacinas e testes para detecção da covid-19. Os manifestantes se concentraram, por volta das 9h, na Praça do Derby. De lá, saíram em caminhada até a Avenida Conde da Boa Vista.
Brasília
Na capital federal, o ato teve início à tarde, em frente ao Museu Nacional.
São Paulo
Na capital paulista, a concentração começou por volta das 15 horas, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Meia hora depois já ocupava da Rua Augusta até a Alameda Campinas. Às 16h30 o bloqueio ocorria da altura da Avenida Dr Arnaldo (túnel) até a Alameda Campinas.