Delator do Caso Sanasa – o escândalo que resultou na cassação do então prefeito Hélio de Oliveira Santos, em 2011 -, Luiz Augusto Castrillon de Aquino morreu nesta segunda-feira (18), em Campinas, após uma cirúrgia no coração. Ele tinha 72 anos. O corpo foi sepultado na tarde desta terça (19) no Cemitério Parque Nossa Senhora da Conceição, no Amarais.
Aquino – como era conhecido – se transformou no pivô do maior escândalo de corrupção na administração municipal de Campinas e provocou o primeiro caso de uma cassação de um prefeito na história da cidade.
Depois de um acordo de delação premiada, ele acusou a primeira-dama do município, Rosely Nassin dos Santos – que também ocupava cargo de secretária – de comandar um esquema de desvios de dinheiro proveniente de contratos da Sanasa – a companhia de saneamento de Campinas. Rosely foi condenada e o marido cassado por omissão. Hélio sempre negou a existência do esquema.
O Caso Sanasa
A denuncia feita pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público era a de que uma quadrilha – formada por agentes públicos e empresários – havia fraudado licitações em diversos órgãos públicos dos estados de São Paulo e Tocantis, com 363 contratos cujos valores somavam mais de R$ 600 milhões. Os contratos da Sanasa estavam entre eles.
No dia 29 de junho de 2011, em depoimento à Comissão Processante instalada na Câmara Municipal para decidir sobre o pedido de cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos por envolvimento no escândalo, o então presidente da Sanasa, Luiz Augusto Castrillon de Aquino, disse que diversas vezes participou de reuniões na casa do prefeito para a partilha de dinheiro arrecadado com o esquema de cobrança de propina – numa operação que ele chamou de “ordenha”.
Aquino disse considerar “impossível” que o prefeito não tivesse conhecimento do esquema.
Hélio
No seu depoimento, no mesmo dia, pela manhã, o prefeito se defendeu. “Não existe escuta ou grampo que mostrem que estou envolvido judicialmente”, disse. “Nunca tive conhecimento de irregularidades em contratos”, acrescentou.
O prefeito defendeu a mulher. “Minha mulher não conversa com esquemas fraudulentos”, garantiu. Disse que Rosely foi “linchada publicamente” sem ter tido direito de defesa.
Hélio foi cassado e 15 pessoas foram condenadas pelo Tribunal de Justiça (TJ) por envolvimento em fraudes em contratos públicos, corrupção e associação criminosa.