Apesar da série de restrições no atendimento e com horários reduzidos, os primeiros dias de funcionamento trouxeram um novo alento para os donos de restaurantes de Campinas. Para alguns deles, o aumento no volume de vendas veio acompanhado de aumento no valor do consumo. Alguns dos proprietários dos estabelecimentos ouvidos pelo Hora Campinas verificaram que houve, nestes primeiros dias de reabertura, um crescimento do tiquete médio de consumo na ordem de 40%, num indicativo de que as pessoas estão consumindo mais.
O setor comemorou o resultado porque sofreu muito durante a pandemia. Na RMC (Região Metropolitana de Campinas), foram 4,8 mil empresas fechadas em pouco mais de 1 ano e 25 mil vagas de emprego foram suprimidas. A retração do setor chegou a 14%. Neste ano, o impacto das restrições tem aumentado.
Segundo dados da Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes) apresentados na Câmara esta semana, 82% disseram ter ter tido prejuízo em março. Em janeiro, eram 65%.
O proprietário do restaurante Belini, Eduardo Porto, por exemplo, disse ter registrado um aumento no movimento de cerca de 30% em relação às vendas por delivery, neste final de semana. Desempenho semelhante se deu, segundo ele, em outra casa da empresa, o restaurante Kindai. Assim como os demais da cidade, ele estava limitado à capacidade de 25% da lotação possível na casa
No restaurante Rancho Colonial Gril as vendas ficaram até 75% dos dias normais
No restaurante Rancho Colonial Gril, as vendas ficaram entre 70% a 75% da média alcançada em dias normais, o que foi considerado um bom desempenho pelo proprietário Sérgio de Simone.” O cliente está vindo de forma gradual, mas num movimento estável”, disse ele. Em relação ao tiquete médio, ele também disse ter sentido um aumento, com as pessoas ficando mais dentro do salão, em virtude da circunstâncias.
A gerente de marketing do Vila Paraído, Fernanda Barreira, contou que o movimento foi animador. Para isso, diz ter contado com o apoio de ações de empresas fornecedoras na realização de promoções. A pessoa comprava um vaucher de R$ 100 (pagava 50,00 e a outra metade a cervejaria pagava). Segundo ela, foram vendidos 100 vauchers para serem consumidos.
O proprietário Léo Morita, do Kilo Grill, no centro da cidade disse ter ficado animado. “O movimento ainda é muito longe do que era antes, mas é melhor do que ficar fechado”, disse ele. Morita conta que durante o período de fechamento, estava vendendo apenas 20% em marmitex, em relação a um dia normal. Com o retorno agora, esse índice subiu para 40%.
Pouco tempo
A regional da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) considera o tempo limite até 19h insuficiente para os comerciantes. Diz que a maior fatia de consumo está num horário mais tarde e por isso, iria pedir ao prefeito Dário Saadi que ampliasse o horário em ao menos um hora. Mas ainda não há definição sobre isso.
Transição
Desde o sábado Campinas passou a seguir as regras da segunda etapa da Fase de Transição do Plano São Paulo. Além das atividades comerciais, e igrejas e templos, outros serviços retomaram o atendimento presencial.
Os restaurantes e similares, os salões de beleza e barbearias, os cursos livres e autoescolas passaram a funcionar com atividades presenciais entre 11h e 19h, com capacidade de 25%. O mesmo vale para as atividades culturais.
A próxima atualização do Plano São Paulo será feita na sexta-feira, dia 30 de abril.