Utilizado pela primeira vez no jogo do último fim de semana, o novo terceiro uniforme da Ponte Preta, com camisas listradas em preto e branco, provocou nostalgia no técnico Nelsinho Baptista, de 74 anos.
Isso porque o modelo, que recebeu o nome de “Herança”, é inspirado no manto eternizado pelo histórico time campeão da Divisão de Acesso em 1969. Conhecido como “Expresso da Vitória”, aquele lendário esquadrão alvinegro contava com o atual treinador da Macaca como parte do elenco. À época iniciando a carreira de jogador, Nelsinho atuava como lateral-direito e ostentava a braçadeira de capitão da equipe.
“Eu senti uma emoção diferente quando vi os jogadores vestidos no vestiário. É uma recordação que a gente tem, volta o filme. Tenho, inclusive, uma foto daquela equipe de 1969 com essa camisa. Foi uma ideia muito louvável, é sempre bom recordar”, comentou o técnico Nelsinho Baptista, nascido em Campinas e revelado no Majestoso, que vestiu a camisa alvinegra entre 1967 e 1970, tendo se sagrado campeão da Divisão de Acesso de 1969.
O novo uniforme, lançado em comemoração aos 124 anos do clube, já está à venda na loja oficial da Ponte Preta. Além das listras em preto e branco, no lugar da tradicional faixa transversal, a nova camisa conta com escudo retrô e detalhes em dourado,
A estreia oficial ocorreu na vitória por 1 a 0 sobre o Avaí, no último domingo (4), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, pela 19ª e última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
A Ponte Preta celebra o seu aniversário de 124 anos neste próximo domingo (11), Dia dos Pais, data em que visita o Coritiba, às 14h, no estádio Couto Pereira, em Curitiba, pela abertura do returno da Série B.
Sobre o título da Divisão de Acesso de 1969:
Há exatos 55 anos, a Ponte Preta conquistou o título da Divisão de Acesso de 1969, equivalente à atual Série A2 do Campeonato Paulista, troféu que a Macaca, inclusive, voltou a erguer em 2023.
No entanto, ao contrário do ano passado, quando levantou a taça dentro do estádio Moisés Lucarelli, após vitória nos pênaltis sobre o Novorizontino, o título de 1969 veio com derrota por 3 a 1 para a Francana na última rodada, no dia 31 de outubro de 1969, diante de cerca de 10 mil pessoas no estádio Parque Antárctica, em São Paulo, sede do quadrangular final do torneio, que também contava com Noroeste e Linense.
Com um elenco formado por 25 atletas, sendo 22 deles revelados no Majestoso, incluindo Nelsinho Baptista, a jovem equipe comandada pelo lendário técnico campineiro Zé Duarte disputou 15 jogos durante a competição, com 13 vitórias, um empate e apenas uma derrota, sofrida justamente no jogo do título, o último da campanha. Mesmo assim, o troféu veio graças ao saldo de gols superior ao da Francana.
Conhecido como o “Expresso da Vitória”, com média de 22 anos de idade e índice superior a dois gols por partida, aquele time histórico da Ponte Preta contava com crias da base que viriam a se tornar lendas do clube alvinegro, como o goleiro Wilson Quiqueto e o meia Dicá.
Debaixo da meta, a Ponte tinha Wilson Quiqueto, o 9º goleiro que mais atuou com a camisa da Ponte Preta, com 159 jogos. No meio-campo, a equipe contava com o craque Dicá, que marcou seis gols naquele torneio – ele viria a se tornar o maior artilheiro e também o recordista de partidas do clube alvinegro, com 155 gols em 581 jogos.
31 de outubro de 1969: o dia em que a Ponte conquistou a Divisão de Acesso; relembre
Completavam o time titular Nelsinho Baptista, Samuel, Araújo, Teodoro, Santos, Roberto Pinto, Alan (artilheiro, com 10 gols), Manfrini e Adílson. O elenco ainda incluía Pivetti, Joãozinho, Luizinho, Djair, Maurício, Zezinho, Geraldo Spana, Dagoberto e Sérgio Moraes.
Na época, a diretoria da Ponte Preta era encabeçada pelo presidente Sérgio José Abdalla e o departamento de futebol chefiado pelo histórico dirigente Peri Chaib. O acesso em 1969 foi a porta de entrada para uma década que seria de afirmação, tanto no cenário estadual quanto nacional.
Logo no ano seguinte, em 1970, a Macaca seria vice-campeã paulista, sob o comando de outro lendário técnico campineiro: Cilinho. A Macaca repetiu a dose e também bateu na trave em 1977, 1979 e 1981. Um período de ouro!