O Grupo de Resposta à Crise Global sobre Alimentos, Energia e Finanças apresentou nesta quarta-feira (8), na sede da ONU, em Nova York, seu mais novo relatório, focando nos impactos causados pela guerra na Ucrânia.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, participou do lançamento, onde declarou que após “três meses de invasão russa à Ucrânia, o mundo enfrenta uma nova realidade”.
Guterres destacou que “a guerra está ameaçando criar uma onda sem precedentes de fome”, com caos econômico e social à beira de acontecer. O chefe da ONU acredita que não haverá nenhum país que não será de alguma maneira influenciado pela crise na Ucrânia.
O chefe da ONU lembrou que o preço dos alimentos está perto de atingir uma alta recorde, além dos preços dos fertilizantes, que mais que dobraram, “soando o alarme por todos os lados”. Guterres destacou que sem fertilizantes, haverá queda de estoques de milho, trigo e arroz, com “impactos arrasadores para bilhões de pessoas na Ásia e na América do Sul”.
Enquanto neste ano a crise de alimentos é sobre falta de acesso, o secretário-geral da ONU teme que no próximo ano, o problema seja a falta de comida. Ele lembrou que o fim da guerra é essencial.
Mas enquanto o conflito continua, Guterres pediu à secretária-geral da Unctad, Rebeca Grynspan, e ao subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, para coordenarem uma força-tarefa e conseguirem um acordo que permita a exportação segura de alimentos produzidos na Ucrânia por meio do Mar Negro.
Outra meta do plano do chefe da ONU é conseguir acesso desimpedido aos mercados globais para alimentos e fertilizantes da Rússia. Segundo António Guterres, este “plano é essencial para centenas de milhões de pessoas em países em desenvolvimento, incluindo na África Subsaariana.
O chefe da ONU explicou que Grynspan e Griffiths estão trabalhando com as duas partes em conflito, mas que “anunciar qualquer coisa a mais em público poderia ameaçar as chances de sucesso” do plano e reforçou esta é uma situação em que o “silêncio diplomático é necessário”.
António Guterres disse ainda que não existe “solução para esta crise global sem uma solução para a crise econômica no mundo em desenvolvimento” e por isso, é preciso “agir agora para salvar vidas e meios de subsistência nos próximos meses e anos”.
(Agência ONU News)