Segunda filha de Moysés Lucarelli, figura histórica que dá nome ao estádio da Ponte Preta, a bibliotecária Neyde Nogueira Lucarelli faleceu na noite da última quarta-feira (23), aos 91 anos, em Campinas. O velório ocorreu nesta quinta-feira (24), no Cemitério da Saudade.
Patrono da Macaca, Moysés Lucarelli foi o principal responsável pela construção do estádio do clube alvinegro. O nome do local passou a ser grafado posteriormente com a letra “i” e isso se tornou padrão, em vez da grafia com o “y” original de batismo, letra que também está presente no nome Neyde.
Ironicamente, a morte de Neyde Lucarelli aconteceu quase exatamente 44 anos depois da do ilustre pai, que a deixou no dia 24 de março de 1978, além de praticamente três anos após o falecimento de sua meia-irmã Ilza Lucarelli, primeira filha de Moysés Lucarelli, que morreu no dia 20 de março de 2019.
“Ilza era filha do primeiro casamento de Moysés, com Luzia Lucarelli, que morreu apenas 30 dias após o nascimento da filha, em janeiro de 1925. Moysés casou-se pela segunda vez, em 1928, com Maria Nogueira Lucarelli, com quem teve Neyde, Moysés Filho (o Zezito, que morreu aos dois anos e meio em um acidente doméstico), Maria Stella e José Eduardo, o Nino Lucarelli”, conta o jornalista e escritor pontepretano Stephan Campineiro.
A morte de Neyde Lucarelli provocou uma onda de luto e comoção entre a comunidade pontepretana. “A família Lucarelli é uma parte enorme e importante da história da Ponte Preta e a passagem de Dona Neyde entristece a todos nós. Toda a nossa solidariedade e o nosso carinho à família e amigos nesta hora de pesar. Que Deus a tenha”, declarou o presidente da Macaca, Marco Antônio Eberlin.
De acordo com o jornalista Gabriel Castro, um dos autores do documentário “Moysés Lucarelli, um Sonho Majestoso”, produzido em 2012, Neyde era conhecida por ser generosa e bem humorada, mas acima de tudo uma fonte inesgotável de conhecimento sobre o pai.
“Ela morava em um prédio que tinha o nome do pai e guardava muita coisa da época da construção do estádio Moisés Lucarelli. Era apaixonada pelo pai e uma grande defensora da história dele”, relembra Gabriel.
Autor do livro “Majestoso 70”, lançado em 2018, Stephan Campineiro lamentou a morte de Neyde Lucarelli, com quem criou um forte laço de amizade e carinho durante a produção da obra. Confira abaixo a manifestação do jornalista, por meio de suas redes sociais:
“No dia 9 de outubro do ano passado, eu me encontrei pela última vez com a querida Neyde Nogueira Lucarelli, segunda filha de Moysés Lucarelli. Aos 91 anos, “Neydão”, como era carinhosamente chamada pela família, descansou para se reencontrar com o pai que tanto amava e com o qual sonhava diariamente.
Agradeço imensamente pela oportunidade de ter conhecido Neyde, por toda a sua generosidade e preocupação em contar não aquilo que lhe fosse conveniente, mas a verdade, como sempre frisou, sobre a história de Moysés. Sem ela, meu livro sobre a história do estádio Moisés Lucarelli não existiria. Vá com Deus, Neyde. Mande um abraço do tamanho de nosso Majestoso ao seu pai.”