18 de maio de 2022
O SEU PORTAL DE NOTÍCIAS, ANÁLISE E SERVIÇOS
  • ANUNCIE
  • WHATSAPP
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Informação e análise com credibilidade
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Informação e análise com credibilidade
Sem Resultados
Ver todos os resultados

Positividade tóxica

Janete Trevisani Por Janete Trevisani
21 de abril de 2021
em Colunistas
Tempo de leitura: 4 mins
A A
Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

“Evitar o sofrimento é
uma forma de sofrimento”
Mark Manson

Basta ficar um tempo nas redes sociais para encontrar algo que cansa: a positividade tóxica. Tudo bem que ser positivo tem um lado saudável e nos ajuda a enfrentar os desafios da jornada, mas esse movimento good vibes only (apenas boas energias), em pleno período pandêmico, é lamentável!

Ainda bem que tem gente atenta para captar isso. É o caso da atriz vencedora do Prêmio Shell, Ilana Kaplan, que viralizou nas redes ao apresentar, no final de março, a personagem Keila Mellman, uma decoradora de interiores que precisou se reinventar durante o isolamento e passou a decorar lives. Ganhou fãs graças a um bordão em que pede cautela para as ostentações nas redes sociais.

“Quer postar? Posta. É de bom-tom? Não, não é de bom-tom! Então não posta”. Ideia brilhante a de Ilana ao criar Keila. Tem que ter mais sensibilidade nesse período tão diferente de tudo o que já vivemos.

A cantora Anitta, por exemplo, desfila com o novo namorado nos Estados Unidos, e segundo os sites de celebridades, trata-se de um bilionário. Não seria mais prudente da parte dela exibir-se menos e usar o bordão da Keila? É praticamente proibido beijar e abraçar nesse período, mas alguns famosos fazem questão de mostrar que tudo continua como antes na vida deles.

Nessa fase de isolamento social somos cobrados o tempo todo. É preciso ocupar as horas livres com cursos on-line, desenvolver projetos, mesmo no home office apertado de todo dia, crianças ao redor, faxina da casa na lista de afazeres (sem faxineira), tudo isso e mais um pouco.

Dá até um certo mal-estar ler notícias do gênero: “Cauã Reymond e Mariana Goldfarb alugam helicóptero para ir a Búzios”; “Andressa Suíta e Gusttavo Lima passeiam de iate com amigos em Angra dos Reis”. Não era pra ficar em casa? Mesmo assim quer postar?

Então avalie se não seria desrespeitoso com as famílias que perderam entes queridos pelo vírus. Ou mesmo com os desempregados, os cidadãos trancados em casa, os médicos que atuam em UTIs lotadas, enfermeiros, trabalhadores que enfrentam ônibus cheios…

Confesso que, embora não seja propriamente positividade tóxica, também me causou um certo mal-estar ver o casalzão do GNT – Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima – no novo programa, Bem Juntinhos, mostrando toda aquela paz no sítio da família.

Os dois são do bem, ele muito simples e autêntico, mas a chamada que uma repórter fez da atração, suspirando pela imagem do apresentador, remeteu a um conto de fadas. Soou artificial, como se o casal vivesse numa bolha, bem distante do mundo real.

Postar o tempo todo o lado demasiadamente feliz da vida é sinal de que a pessoa despreza o negativo. Quem vive só de excessos de alegria tem mais dificuldade para construir resiliência, capacidade de sair mais forte depois de uma situação difícil.

Quem esconde todo e qualquer problema, vive de aparência, não encara o luto, engata em uma relação atrás da outra para não sofrer com o término de um romance, pode ter certeza que, em algum momento, sentirá o desgaste. Tem que enfrentar, sofrer, lamentar e depois recomeçar. É preciso abraçar e cuidar das nossas tristezas, ser gentil com nossas dores. Isso é se gostar.

Sem contar que o excesso de positividade pode infantilizar uma pessoa. Isso me faz lembrar Pollyana, personagem de um clássico da literatura infanto juvenil, lançado em 1913 por Eleanor H. Porter. Ela era uma otimista incurável, acho que hoje seria um pouco mais comedida em seu otimismo.

Quando você conta algo negativo sobre sua vida para um amigo, vez ou outra ouve: “Tenta pensar positivo”. Às vezes, é preciso chorar até quando a música favorita toca durante as compras no supermercado. Temos que respeitar nossas emoções, afinal somos imperfeitos, não tem como ser positivo o tempo todo.

“Qualquer tentativa de escapar do negativo, evitá-lo, sufocá-lo ou silenciá-lo, falha. Evitar o sofrimento é uma forma de sofrimento”, escreveu o escritor americano Mark Manson em A Arte Sutil de Ligar o Foda-se. Isso define a positividade tóxica ou o positivismo extremo: impor a nós mesmos (ou aos outros) uma atitude falsamente positiva, que acaba por silenciar as emoções negativas.

Ouvimos com frequência o que a somatização provoca em nosso organismo. Acne, diarreia, queda de cabelo, uma infinidade de coisas desagradáveis que poderiam ser evitadas se tivéssemos encarado frustrações e fracassos de frente.

Empurrar todo e qualquer problema para debaixo do tapete contribui para aumentar a ansiedade e a compulsão em tempos de Covid-19. Em muitos casos, o melhor é consultar um terapeuta para o quadro não se agravar.

Especialistas dizem que a positividade tóxica está a um passo do negacionismo. Basta pensar positivo para não pegar Covid? Me poupe! Emanar boas vibrações ajuda, é claro, desde que estejamos com máscaras (de preferência duas), mãos sempre limpas e bem distantes das aglomerações.

 

Janete Trevisani é jornalista – janetetrevisani@gmail.com

Tags: colunistasHora CampinasJanete Trevisanipositividade tóxica
CompartilheCompartilheEnviar
Janete Trevisani

Janete Trevisani

Empodera

Notícias Relacionadas

O ator e diretor de teatro Yûsuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima) em “Drive My Car” com a motorista Misaki (Tôko Miura) Fotos: Divulgação

Tchekhov delineia os caminhos em “Drive my Car” – por João Nunes

18 de maio de 2022
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A verdade nua e crua – por Carlos Brickmann

18 de maio de 2022
Foto: Pixabay

Loteamentos: lei de parcelamento do solo urbano – por Renato Ferraz Sampaio Savy

17 de maio de 2022
Foto: Pixabay

Sobre o perigo de se idealizar pessoas – por Thiago Pontes

16 de maio de 2022

O Maio Amarelo e a “epidemia” das mortes no trânsito do Brasil – por Carmino de Souza e Gustavo Fraga

16 de maio de 2022
Tema da Casa Cor 2022, Infinito Particular, mostra soluções de casas com memórias afetivas e traços mais minimalistas, além de harmonia, proteção, funcionalidade e conforto como do projeto feito pelo arquiteto inglês John Pawson, que transformou uma fazenda de 1610 em uma confortável casa de campo de linhas puras e decoração mínima. -Fotos: Divulgação

Infinito particular: inspirações do novo viver – por Daniela Nucci

15 de maio de 2022

Quer apoiar o jornalismo do Hora?
Clique ou faça a leitura do QRCode

Populares

  • Hortolândia realiza seis concursos para preencher 446 vagas

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Estudante é enterrada sob comoção; suspeito é procurado

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • CPFL abre vagas para curso gratuito de eletricista em Campinas e região

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Unicamp decreta luto de 3 dias por estudante encontrada morta

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Paulo Cupertino vagou disfarçado por Campinas, Itatiba e Pedreira em três anos de fuga

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
Hora Campinas

Somos uma startup de jornalismo digital pautada pela credibilidade e independência. Uma iniciativa inovadora para oferecer conteúdo plural, analítico e de qualidade.

Seja um apoiador do Hora Campinas

VEJA COMO

Editor-chefe

Marcelo Pereira
marcelo@horacampinas.com.br

Editoras de Conteúdo

Laine Turati
laine@horacampinas.com.br

Maria José Basso
jobasso@horacampinas.com.br

Editor de Fotografia

Leandro Ferreira
fotografia@horacampinas.com.br

Reportagem multimídia

Eduardo Martins
eduardo@horacampinas.com.br

Francisco Lima Neto
francisco@horacampinas.com.br

Gustavo Magnusson
gustavo@horacampinas.com.br

Para falar com a Redação:

E-mail

redacao@horacampinas.com.br

WhatsApp

(19) 9 8282-2651

Departamento Comercial

comercial@horacampinas.com.br

Noticiário nacional e internacional fornecido pela Agência Brasil, Lusa News e ONU News

  • ANUNCIE
  • WHATSAPP

Hora Campinas © 2021 - Todos os Direitos Reservados - Desenvolvido por Farnesi Digital.

Sem Resultados
Ver todos os resultados
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA

Hora Campinas © 2021 - Todos os Direitos Reservados - Desenvolvido por Farnesi Digital.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist