O Sindicato dos Servidores Públicos de Campinas decidiu encaminhar ao Ministério Público do Trabalho (MPT) um relatório em que aponta “caos” no sistema de atendimento do Hospital Municipal Mário Gatti, além de denunciar o que chama de falta de condições adequadas de trabalho para os funcionários.
Denúncias feitas por servidores mostram que a Sala Vermelha – para onde vão os pacientes trazidos pelo SAMU; que entram pelo Pronto Socorro, Resgate ou qualquer outro meio, e que ficam à espera de uma vaga para internação – está superlotada.
Imagens mostram leitos encostados uns nos outros, sem respeito ao distanciamento previsto para evitar a disseminação do novo coronavírus, ampliando o risco de contágio pela Covid-19. Por conta do agravamento da situação, a direção do hospital decidiu suspender as cirurgias eletivas.
O sindicato chamou situação no Mário Gatti de “um cenário de guerra”.
“O cenário de guerra encontrado nas últimas semanas na Sala Vermelha e em outras dependências do Mário Gatti é uma realidade que se arrasta há algum tempo e que afeta diretamente os trabalhadores e os pacientes que estão sendo atendidos no hospital”, afirma a entidade na nota.
“Desde o ano passado, quando teve início a pandemia do novo coronavírus, a entidade vem exigindo a melhoria na estrutura de trabalho e a contratação de novos profissionais via concursos públicos que estejam vigentes ou em caráter emergencial”, acrescenta a nota oficial.
O Sindicato diz que fiscalizações “já encontraram o caos” em áreas como a Sala Vermelha. Diz que o elevador dos funcionários no prédio administrativo está quebrado faz mais de um mês sem nenhuma sinalização de que será consertado. Diz também que falta proteção na área da recepção, que faz parte do protocolo sanitário contra a Covid-19, entre outros problemas. Todas esses apontamentos, segundo a entidade, integram o relatório a ser levado ao MPT.
Outro lado
A assessoria da Rede Mário Gatti – responsável pelo Hospital Mário Gatti – informou que ainda vai responder à nota do sindicato, mas sobre a superlotação enviou a seguinte nota.
“A Rede Mário Gatti suspendeu as cirurgias eletivas para desafogar a sala vermelha. Serão mantidas as cirurgias de urgências, as ortopédicas decorrentes de fraturas e algumas inadiáveis, sempre com avaliação criteriosa de risco/benefício para o paciente. Cirurgias oncológicas estão mantidas.
Também converteu 16 leitos de enfermaria Covid para não Covid. E, com a abertura de mais 15 leitos de UTI Covid no Hospital Metropolitano, a Rede vai abrir espaço para gerenciamento de mais leitos não Covid.
A Sala Vermelha é um espaço de transição no Hospital Mário Gatti, que recebe pacientes do resgate, SAMU e de demanda espontânea. São casos agudos, como agravamento de doenças crônicas e vítimas de acidentes de trânsito. Na manhã desta quinta-feira (27/5), está com 16 pacientes.
Pacientes com suspeita de Covid são atendidos exclusivamente na unidade Mário Gatti – Amoreiras (antigo Hospital Metropolitano). Todos os pacientes que chegam ao PS do Mário Gatti são testados. Aqueles com sintomas são encaminhados para a sala de isolamento ou para o Metropolitano.
Importante ressaltar que todos os pacientes seguem os protocolos sanitários com rigor, ficam de máscara e a unidade mantém distanciamento entre macas.
Os hospitais Mário Gatti e Ouro Verde são os únicos públicos no município que atuam no modelo sistema porta aberta e atendem a todas as pessoas que procuram o serviço. Em relação à sobrecarga dos profissionais de saúde, a Rede informa que está ciente do trabalho e dedicação dos trabalhadores “.