Chega a 600 mil o número de cirurgias eletivas represadas em São Paulo em razão da pandemia, conforme informações do governo estadual. Desse total, 71 mil são da Regional de Saúde de Campinas, composta por 42 cidades. Nesta terça-feira (7), o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, estará em Campinas para tentar viabilizar parcerias para a realização do mutirão que tem por objetivo reduzir a fila de espera dos pacientes.
Fernanda Penatti Ayres Vasconcelos, diretora da Regional de Saúde de Campinas, explica que no ritmo atual, seriam necessários dois anos e meio para atender todos que atualmente estão na fila – isso sem levar em consideração os novos casos que surgirão no período.
“Apenas com a estrutura do SUS, não conseguiremos zerar essa fila. Precisamos sensibilizar os hospitais privados para entrarem com a gente nesse mutirão. Quando o privado ajuda a construir o SUS, é melhor para todo mundo”, afirma a diretora do Departamento Regional de Saúde de Campinas.
“Precisamos fazer um trabalho em conjunto, estruturando a equidade do SUS, resgatando as possibilidades sociais e reconstruindo a saúde afetada pela pandemia”, diz Fernanda.
Gorinchteyn se encontrará na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, pela manhã, com representantes de hospitais privados da região de Campinas, prefeitos, secretários municipais de saúde, serviços filantrópicos e representantes do Sindhosp (Sindicados dos Hospitais). O prefeito de Campinas, Dário Saadi, confirmou presença. A expectativa do governo é zerar a fila até o final deste ano. Os investimentos para o mutirão anunciados pelo governo chegam a R$ 350 milhões.
A contrapartida do estado para o envolvimento da rede particular é o pagamento de um adicional de 100% em relação ao que é pago com base na Tabela SUS, do Ministério da Saúde, para cada procedimento realizado nas unidades.
As cirurgias previstas para o mutirão vão desde gerais até de alta complexidade, como cirurgia de coluna e quadril. No total, são 54 tipos de procedimentos diferentes.
Para a presidente da SMCC, a médica Fátima Bastos, a união das iniciativas pública e privada já mostrou ser possível e com ótimos resultados. “Na pandemia, hospitais públicos e privados se uniram em um mesmo propósito. E isso foi muito importante. Hoje, todos ainda sentem os reflexos dos últimos dois anos. Esperamos que cada um possa dar sua contribuição para que todas essas pessoas, que aguardam em uma fila, muitas vezes em situações que impactam sua qualidade de vida, possam, enfim, ser operadas”, diz.