O secretário de Educação José Tadeu Jorge disse nesta quarta-feira (31), em reunião da Comissão de Educação da Câmara, que não vai adotar o projeto federal de escolas cívico-militar em Campinas, como o prefeito Jonas Donizette (PSB) tentou fazer há menos de dois anos. Segundo o secretário, o projeto pedagógico municipal está consolidado, com programas educacionais já consagrados e não há motivo para promover qualquer tipo de mudança. “Não faria o menor sentido pinçar uma escola ou outra de um modelo já consolidado”, disse ele. “Não faria sentido. E por isso, rejeitamos essa proposta”, afirmou.
De acordo com o modelo proposto pelo Ministério da Educação em 2019, um grupo de militares atuaria na escola “em colaboração”, nas áreas de gestão escolar e gestão educacional. Esse modelo, dizia o Ministério, se notabilizaria pela “qualidade de ensino e pela disciplina”.
Em novembro de 2019, quando o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou a instalação das primeiras 54 escolas cívico-militares no Brasil, Campinas apareceu com o único município do Estado de São Paulo a ser habilitado. À época, a EMEF Odila Maia Rocha Brito, no Jardim São Domingos, chegou a ser escolhida para abrigar o novo modelo. Só que a instalação não se concretizou até hoje.
“Nem quero discutir essa história de disciplina, porque isso (modelo cívico-militar) é apenas um apelo ideológico. O que interessa é que, no que se refere à qualidade, temos muitas escolas técnicas aqui mesmo em Campinas que garantem qualidade por terem estrutura”, afirmou Paulo Bufalo
O vereador Paulo Bufalo (PSOL) disse nesta quarta (31) concordar com a decisão do secretário. Mas fez uma advertência. “Espero que ele mantenha essa posição. Vamos ver se vai continuar assim quando vierem com promessas de recursos e estrutura”, ponderou.
Audiência
O secretário de Educação participou nesta quarta (31) de uma audiência pública na Câmara, conduzida pelo vereador Gustavo Petta (PCdoB), presidente da Comissão de Educação da Casa. O vereador chamou para a reunião, representantes de professores, sindicato, representantes de alunos e de coletivos de Educação.
Para o presidente da Associação dos Estudantes Secundaristas, Natan Rocha, o secretário garantiu que vai ampliar para toda a rede, o Programa Ecoar – que hoje funciona em algumas escolas e tem o objetivo de prestar apoio psicológico a alunos e familiares.
Disse que o serviço deve ser ampliado especialmente num momento de pandemia, o como o que o País vive. Ele prometeu ainda, disponibilizar equipamentos e redes de acesso para os alunos e, assim, reduzir os danos provocados pelo sistema de ensino remoto.
Tadeu disse estar finalizando a montagem de uma comissão, que vai estudar a implantação de um programa de melhoria nas condições de trabalho dos cerca de 400 professores adjuntos que atuam hoje na rede municipal.
Disse, ainda, que o plano da secretaria é dobrar o número de escolas de ensino integral na cidade até o final da gestão. Hoje, Campinas possui sete unidades com esse modelo.