Independentemente do seu estilo, não tem como fugir! A moda streetwear-ou moda de rua- virou o novo normal (desculpe a expressão batida) e ganha novo impulso. Nem a moda de luxo escapou, como Louis Vuitton, Gucci e Chanel, que apostaram nessa estética mais casual, originária das culturas urbanas, com a inclusão dos sneakers, jaquetas impermeáveis e peças mais esportivas em seus desfiles.
Com a chegada do novo coronavírus, em março do ano passado, o isolamento social reforçou ainda mais esse estilo casual devido às mudanças dos padrões estéticos com a chegada do home office na vida de grande parte das pessoas; o que reforçou o conforto e a simplicidade da moda streetwear.


Segundo dados do Grupo Consumoteca, 41% dos brasileiros estão trabalhando em casa e para 43% dessas pessoas o modelo ideal de trabalho seria o intercalado, com alguns dias no escritório e outros em casa. Ou seja, de agora em diante, com ou sem a pandemia, o esquema home office faz parte da nossa realidade de hoje e no futuro.
Peças largas, conjuntos de moletons, camisetas e lançamentos que valorizam esse conforto têm dado o tom na moda; atualmente, essas peças já fazem parte do guarda-roupa de muita gente!
Apaixonado por esse universo do streetwear, desde a infância, o jovem empresário campineiro Lucas Fonseca, de 32 anos, é um exemplo que sempre valorizou o uso de peças menos formais e mais confortáveis, com influências de moda esportiva e cheias de atitude. Porém, por estar insatisfeito com esse nicho de mercado na cidade, resolveu criar sua própria grife e com um nome à altura, a Respect. Com custo mais acessível e uma linha de qualidade, o conceito da marca foi um pulo para o sucesso e interesse de clientes e franqueados.
“Sempre gostei da moda streetwear. Usava boné desde pequeno e me sinto bem com esse tipo de roupa. Comprava minhas roupas de uma marca independente, em São Paulo, e todo mundo perguntava onde comprava. Mas era bem cara e difícil de ficar bancando. Foi aí que resolvi ir atrás para ver quanto era o custo para fazer camisetas e fiquei impressionado o quanto era barato. Foi aí que apostei todas as minhas fichas no negócio”, conta o jovem empreendedor.

Nessa época, Fonseca ainda trabalhava numa multinacional, mas depois foi dispensado e focou em seu sonho. “Em 2016, fazia faculdade de logística e minha mãe me ajudou a patentear a marca. Pensei num nome que causasse impacto, mas em português não combinava com o que eu queria. Decidi mudar para o inglês, Respect, e adorei”, explica o empresário.
Após confeccionar 40 camisetas, ele usou como referências três imagens de ícones conhecidos para ilustrar nas peças (os músicos e seus ídolos Tupac, Notorious Big e Michael Jackson).
“Comecei a usar as peças antes de vender para saber a aceitação das pessoas e o pessoal começou a perguntar se estava revendendo e disse que essas eram minhas e que tinha mandado fazer. Com super orgulho”, recorda.
Hoje, o rapaz já tem cinco lojas, sendo três em Campinas, uma em Americana e uma em Maringá, no Paraná, incluindo as franquias. Além disso, a marca atende em todos os meios digitais. “No ano passado, com a maior crise devido à pandemia, consegui vender franquias e abrir lojas. A loja tem um conceito diferenciado, uma essência própria e com um preço acessível”, diz o jovem empresário, que dá uma super dica para quem deseja começar algo.
“Não adianta querer vender para vários segmentos. Tem que focar num nicho. No início, tentei fazer diversos modelos de camisetas, slim, regatas e não tinha concentrado só no streetwear. Quando fiz isso, aí decolei! Nunca tenha pressa de ter sucesso. Trabalhe sabendo qual seu público, assim conseguirá retorno”, completa Lucas, que vende peças, acessórios e tênis, numa pegada única.

Daniela Nucci é jornalista – danielanucci@horacampinas.com.br