Com as questões burocráticas encaminhadas, o novo centro de oncologia de Campinas para pacientes do SUS deve entrar em operação na Santa Casa de Campinas no início de 2023. O provedor da Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de Campinas, o médico Murillo Antonio Moraes Almeida, informou que o processo está “muito bem encaminhado”.
“Todo o projeto de quimioterapia, que é o primeiro passo, está aprovado. O protocolo já foi aprovado também pela Secretaria de Estado de Saúde e pela DR7 (Divisão regional de Saúde) aqui de Campinas. É uma promessa do atual governo estadual, só falta a caneta final para liberação da verba”, confirmou.
O centro funcionará como uma Unacon (Unidades de Alta Complexidade em Oncologia). Em parceria com o Centro de Oncologia Campinas (COC), pacientes terão atendimento completo contra o câncer, incluindo cirurgias, quimioterapia e radioterapia. Nessa primeira fase do projeto, esclarece o provedor da Irmandade, o tratamento radioterapêutico será realizado nas dependências do COC, mas a segunda fase do projeto contempla centro de radioterapia próprio.
Os expressivos números que envolvem a parceria permitirão atender à demanda reprimida em Campinas, agravada pela pandemia. A previsão é realizar, a cada ano, cerca de 3 mil consultas com especialistas, 1.440 tomografias computadorizadas, 650 cirurgias e 1.080 ressonâncias magnética, dentre outros procedimentos, como transplantes de medula óssea numa próxima etapa do projeto.
A Unacon, conta o médico, ocupará uma área de 1,5 mil metros quadrados da Santa Casa, mais uma outra área de 500m² futuramente para a radioterapia. “Tudo que foi estimado foi visando atender pacientes do Sistema Único da Saúde, temos uma demanda muito grande”, confirma.
Uma das principais características da Unacon será a oferta da rede completa de assistência, do atendimento clínico ao diagnóstico e tratamento. As instalações da Santa Casa serão preparadas para realização de exames, atendimento clínico, procedimentos de quimioterapia, cirurgias e transplantes de medula. O encaminhamento de pacientes se dará também pela Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS).
A princípio, as sessões de radioterapia serão direcionadas à sede do Centro do Oncologia Campinas, em razão da logística envolvida na instalação do acelerador de partículas. Porém, a expectativa é que dentro de pouco tempo, o centro para pacientes do SUS disponha de equipamento próprio.
Serviços
A rede de assistência médica hospitalar e ambulatorial em oncologia ofertada pela parceria é extensa. O acordo de cooperação, no que se refere à Oncologia Clínica e Hematologia, prevê dez poltronas para infusões de quimioterapia; leito de infusão privativo (pacientes graves) e leito de urgência/emergência. Com essa estrutura, será possível realizar 442 procedimentos/mês em quimioterapia, totalizando 5.304 procedimentos anuais, além de 38 procedimentos/mês em hematologia, totalizando 456 procedimentos anuais de quimioterapia curativa. Serão ofertadas, em média, 55 cirurgias por mês.
Recursos
Os recursos para criação do novo centro de oncologia de Campinas para pacientes do SUS provêm de verba do governo do estado de São Paulo. Segundo Murillo Antonio Moraes Almeida, o acordo está bem encaminhado e deve ser formalizado dentro de pouco tempo. O provedor da Santa Casa também ressalta o importante apoio da administração municipal para criação do centro de oncologia.
“Cerca de 160 milhões de brasileiros não têm planos de saúde e, destes, 54% dependem da assistência das Santas Casas. Os governos estadual e municipal compreendem a necessidade de atender à demanda e estão nos apoiando”.