O que você quer ser quando crescer? Eu devia ter uns sete anos quando comecei a falar que seria jornalista! E para ser sincera nunca tive dúvidas da minha profissão. Ainda na infância descobri um repórter que morava perto de casa. Não tive dúvidas bati na casa dele e pedi uma entrevista. Tenho guardada até hoje minha primeira entrevista escrita a mão.
E se tivesse que escolher de novo, mesmo em meio a tantos desafios da profissão, escolheria o jornalismo. Para mim, a profissão de repórter me faz enxergar o mundo muito além do meu mundo. Além disso em cada história que tenho a oportunidade de escutar cresço, aprendo, me emociono e nunca saio do mesmo jeito que entrei. No fundo acho que vamos desenvolvendo a capacidade de escutar o outro.
Mas, antes de chegar numa redação percorri um longo caminho. Trabalhei por 12 anos num banco (que me ajudou a conseguir pagar a faculdade), outros dez anos foram dedicados a assessoria de imprensa. Só aos 38 anos entrei de fato na tão sonhada redação. Confesso que já estava até achando que não teria essa experiência de vida. E sim, eu seria uma jornalista frustrada.
Do ponto de vista de sonho e aprendizado acredito que ficar por 10 anos numa redação foi uma experiência incrível. Aprendi tanto com outros repórteres, editores, fotógrafos, diagramadores. Na rua conheci histórias incríveis. Outra coisa que o jornalismo me ensinou: lugar de repórter é na rua, pois são nessas andanças que descobrimos as melhores histórias.
Mas mesmo estando dentro de uma redação eu sempre me perguntava o que de fato eu procurava no jornalismo? Aos poucos fui percebendo que nunca seria uma repórter de grandes coberturas, daqueles fatos pulsantes, necessários e importantes. Apesar de gostar de estar na redação e saber como outros colegas estavam conduzindo esses assuntos, meu olhar estava em histórias que nem sempre estão nas capas dos jornais. Na verdade fui descobrindo, no decorrer do meu trajeto, que meu jornalismo estava nos ‘pequenos reparos’ ou nas histórias de pessoas ou lugares que fazem a diferença no mundo.
E por aqui, nesse espaço tão bonito, quero ser uma ’caçadora de boas histórias’. Quero que minha escrita possa encontrar com histórias de pessoas que estão deixando esse mundo melhor. Por isso o nome de caçadora de boas histórias. Mas claro que sozinha não vou conseguir, por isso conto com vocês! Não sei o que vocês pensam, mas estou cada dia mais convencida que essas histórias é que vão nos ajudar a construir um mundo mais humano e melhor para se viver. Por isso estar nesse espaço me enche de esperança!
Meu convite é que você que conhece gente inspiradora, lugares que estão ajudando a deixar esse mundo melhor, partilhe comigo. Vou adorar conhecer essas histórias e, por meio de palavras, eternizar essas histórias inspiradoras. Meu email é o [email protected] .
Kátia Camargo é jornalista