A Organização Mundial da Saúde (OMS) está desaconselhando o uso de plasma convalescente para tratar pacientes com Covid-19. Segundo a agência da ONU, esse tipo de transfusão com o plasma de alguém que já se recuperou da doença não é eficaz nem faz aumentar as taxas de sobrevivência.
Apesar das promessas, as evidências mostram que o tratamento também não reduz as chances de ventilação mecânica, além de ser muito caro e tomar muito tempo para ser administrado.
Por isso, a OMS é contra o uso do plasma convalescente em pacientes com Covid-19 não severa e desaconselha o tratamento para doentes em estado crítico ou severo.
A recomendação, divulgada esta terça-feira (7), em Genebra, é baseada em testes envolvendo mais de 16,2 mil pacientes com várias formas de Covid-19, desde nada grave até condições severas e críticas.
A decisão faz parte das orientações que a agência da ONU fornece a médicos e especialistas sobre o tratamento da Covid-19 e tem como principal meta ajudar esses profissionais a fazerem as melhores escolhas para seus pacientes.
Antes dessa conclusão, o painel da OMS considerou uma combinação de evidências ligadas a benefícios e danos, custos, preferências e viabilidade.
A forte indicação contra a opção para pacientes com casos não severos de Covid-19 “reflete a visão de que este tratamento para pessoas com risco baixo de morrer não é justificado”. Já para pacientes em estágios avançados ou casos graves de Covid, as evidências apontam que ainda existem muitas incertezas sobre a eficácia da terapia com plasma convalescente.
Doadores
Outros desafios notados pela OMS estão relacionados à necessidade de identificar e testar potenciais doadores, coletar, armazenar e administrar o plasma.
Após fazer uma revisão minuciosa das evidências, o painel concluiu que quase todos os pacientes analisados optariam por não receber a transfusão.
A OMS também não recomenda o uso da ivermectina nem da hidroxicloroquina para pacientes com Covid-19, independentemente da gravidade do caso.
Já os medicamentos que bloqueiam a proteína interleucina-6, juntamente com corticoides, são indicados para pessoas com casos críticos ou severos da Covid-19. (Agência ONU News)