A advertência paulina é atualíssima – em contexto no qual a morte vem saborizada e aromatizada, no formato de uma insidiosa arma química, altamente tóxica à ecologia interna e ao meio ambiente, causadora de dependência e incontáveis males, da EVALI [lesão gravíssima e aguda nos pulmões – que leva jovens a transplantes pelo mundo afora], às demais doenças pulmonares, cardiopatias e tumores cancerígenos.
Todos esses são atributos do cigarro eletrônico e afins – que não bastasse, são literalmente explosivos.
Na Inglaterra, casa de uma das “gigantes” da Big Nicotine [e que cultiva também o projeto mundial de Big Cannabis, sendo o Brasil um dos principais alvos], noticiou-se [2022] que em North Yorkshire um cigarro eletrônico explodiu na boca de um operário, arrancando-lhe vários dentes e lesionando a língua, enquanto dava uma tragada.
A vítima precisou de uma série de procedimentos médicos para reconstruir o interior de sua boca. E a compra da bateria do “vape” foi feita em um conhecido “site” de “market place” que homenageia a maior floresta do mundo… [1]
Quem tem o mínimo de empatia, amor ao outro e a si mesmo, não se deixa seduzir pelo “sininho” do “pix” caindo na conta – vociferando pela legalização da mortalha “hightech” na terra da floresta homenageada.
Se neste exato momento, no seu local de trabalho ou lazer [locais coletivos], há liberdade respiratória, agradeça a Deus e à vida de tantos que construíram a Política Nacional de Controle do Tabaco – PNCT.
Aliás, quando da implementação da PNCT, no início deste século, não eram poucos dizendo que as restrições aos fumígenos iriam “quebrar” a economia de várias cidades “dependentes” do tabaco. [2]
Nada disso aconteceu.
Pelo contrário, a salvadora PNCT trouxe é economia ao SUS e ao país.
Tempo do povo, que é morada do Pneuma, levar a mensagem corajosa da vida em abundância aos pequeninos.
O “estoque de consumidores” que a indústria da nicotina quer repor/ agora com (mais) mentira/ com cor, cheiro e sabor.
[1] https://www.gazettelive.co.uk/news/teesside-news/vape-explodes-factory-worker-pauls-24560766
Guilherme A. R. Franco é promotor de justiça em Campinas; especialista em Dependência Química; associado da APMP