Depois de tirar o Novorizontino da Série A2 e quase levá-lo à elite nacional de forma inédita no ano passado, o técnico campineiro Eduardo Baptista agora tenta conduzir a modesta equipe de Novo Horizonte à grande decisão do Campeonato Paulista, repetindo o feito que seu próprio pai, o também treinador campineiro Nelsinho Baptista, alcançou na década de 90.
Em 1990, sob o comando de Nelsinho, o Novorizontino foi vice-campeão paulista, ficando à frente do Palmeiras na fase final classificatória e só perdendo a final para o Bragantino, à época dirigido por um técnico até então pouco conhecido chamado Vanderlei Luxemburgo. O resto é história.
Curiosamente, 34 anos depois, Novorizontino e Bragantino podem reeditar a surpreendente “final caipira” de 1990. Para isso acontecer, primeiro a equipe de Bragança Paulista terá que despachar o Santos no duelo que abre as semifinais do Paulistão, na noite desta quarta-feira (27), às 20h30, na Vila Belmiro.
Para chegar à final do Paulistão, o Novorizontino precisará superar nada menos do que o Palmeiras, no maior desafio de sua curta história de 14 anos – o antigo Grêmio Esportivo Novorizontino fechou as portas em 1999 e foi refundado em 2010, apenas como Grêmio Novorizontino, chegando à Série A1 do Campeonato Paulista em 2016 e à Série B do Campeonato Brasileiro em 2022.
A equipe do técnico campineiro Eduardo Baptista terá pela frente um verdadeiro esquadrão comandado pelo treinador português Abel Ferreira, atual bicampeão paulista e brasileiro, invicto e melhor time da atual edição do Paulistão, com 31 pontos em 13 jogos, além de dono do melhor ataque da competição, com 25 gols. O duelo entre Tigre e Verdão acontece nesta quinta-feira (28), às 21h35, no Allianz Parque, em São Paulo.
Invicto contra os quatro grandes de São Paulo neste Paulistão, o Novorizontino empatou com o Palmeiras em 1 a 1 na estreia em Novo Horizonte, derrotou o Corinthians por 3 a 1 em Itaquera, bateu o Santos por 2 a 1 na Vila Belmiro e eliminou o São Paulo nas quartas de final, vencendo por 5 a 4 nos pênaltis, após empate em 1 a 1 no tempo normal, em jogo único disputado em pleno Morumbi. E agora, qual será o desfecho do jogo no Allianz?
Tal pai, tal filho
Além de responsáveis pelos maiores feitos do Novorizontino em suas duas fases diferentes, o técnico Eduardo Baptista e seu pai, Nelsinho Baptista, também foram os comandantes das melhores campanhas da Ponte Preta nas duas principais competições do futebol brasileiro.
Em 2001, Nelsinho deixou a Macaca entre os quatro melhores times da Copa do Brasil, mas acabou demitido às vésperas das semifinais contra o Corinthians, por ter revelado um acerto com o São Paulo. Sob o comando de Marco Aurélio, a Macaca parou no Timão, que acabou como vice-campeão, perdendo a decisão para o Grêmio.
Quinze anos depois, em 2016, Eduardo Baptista liderou a Ponte a terminar entre os oito melhores colocados do Campeonato Brasileiro – posição que, hoje em dia, poderia até valer classificação para a Libertadores. A Macaca terminou na oitava colocação daquele Brasileirão, com 53 pontos, seu melhor desempenho na história dos pontos corridos. Esse grande trabalho de Eduardo Baptista à frente da Macaca, ocupando o cargo do começo ao fim da campanha, chamou a atenção do Palmeiras, que o contratou para a temporada de 2017, mas a experiência durou pouco tempo.
Tanto o pai quanto o filho também tiveram outras passagens pelo Moisés Lucarelli ao longo de suas carreiras. Nelsinho Baptista foi jogador da Ponte Preta entre o fim dos anos 60 e início dos 70, tendo integrado o time que ficou conhecido como “Expresso da Vitória”, campeão da Divisão de Acesso de 1969, sob o comando do lendário técnico campineiro Zé Duarte.
Por uma coincidência do destino, a Ponte voltou a erguer taça equivalente à Divisão de Acesso no ano passado, quando se sagrou campeão da Série A2, em cima do Novorizontino de Eduardo Baptista.
Antes da passagem de sucesso pela Ponte entre 2000 e 2001, Nelsinho Baptista também havia comandado a equipe alvinegra de 1985 a 1986 e voltou a dirigir o time entre 2005 a 2006. Eduardo Baptista, por sua vez, treinou duas vezes a Macaca. Além da primeira experiência bem-sucedida em 2016, ele retornou ao Majestoso para uma passagem sem o mesmo sucesso entre 2017 e 2018.