A faixa e o pôster de campeão italiano da atual temporada do futebol europeu já estão preparados e serão os próximos itens a entrar na extensa coleção particular de peças do time do coração que decoram o ambiente do restaurante do comerciante italiano Ciro Riccio, de 53 anos, torcedor fanático pelo Napoli, que vive e mantém o negócio há 22 anos em Campinas, a quase 10 mil quilômetros de distância de sua terra natal.
Repleto de referências ao clube da cidade de Nápoles, conhecida mundialmente como a terra da pizza, o cantinho napolitano em território campineiro transborda paixão e sabor na Rua dos Alecrins, no bairro nobre do Cambuí. O nome do estabelecimento, claro, não poderia ser outro: Napoli.
Nas paredes, o que não faltam são camisas penduradas, uma delas inclusive autografada pelo ídolo Careca, além de fotos enquadradas de times históricos e grandes craques do passado, como Maradona, o maior que já passou pela equipe, sem falar nos cachecóis que remetem a jogos inesquecíveis, a maioria deles recentes, contra gigantes da Europa.
Como é possível perceber nas imagens acima, todos os momentos importantes da história do clube napolitano estão devidamente representados por meio de objetos que trazem lembranças emocionantes ao espaço que ocupa a parte do restaurante onde predominam as cores azul e branco do time.
E novos acessórios do Napoli estão sempre chegando, acompanhando a sequência da história do clube. “Um casal amigo aqui de Campinas viajou para a Toscana e perguntou se eu queria alguma coisa de lá. Liguei para o meu irmão mais novo, que mora em Nápoles, e ele mandou três bandeiras do Napoli para o hotel desse casal, daí trouxeram para mim na volta da viagem”, conta Ciro Riccio.
“Tenho uma paixão pelo Napoli que não cabe aqui dentro”, declara-se o torcedor italiano Ciro Riccio, dono de restaurante no Cambuí que leva o mesmo nome de sua terra natal e de seu time do coração.
O principal título do futebol italiano, que o Napoli não conquista desde 1990, está muito perto de ser confirmado. A festa, aliás, já começou e vem desde o último domingo (23), quando a euforia tomou conta das ruas de Nápoles após a saborosa vitória sobre a maior rival Juventus por 1 a 0, em clássico decidido com gol marcado pelo atacante Giacomo Raspadori, nos acréscimos do segundo tempo, em Turim.
“No domingo passado, à meia-noite, tinham 10 mil torcedores recepcionando os jogadores no Aeroporto de Capodichino. Se eu ainda morasse em Nápoles, com certeza estaria lá”, garante Ciro Riccio. “E se houvesse uma previsão mais certa de quando o Napoli seria campeão, acho até que faria a loucura de viajar para assistir ao jogo do título”, acrescenta o torcedor italiano radicado em Campinas.
Ao lado da família, Ciro Riccio revisitou a sua querida Nápoles há quatro meses, no período de festas de fim de ano, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023. No entanto, o último jogo do Napoli a que assistiu in loco foi ainda antes do advento da pandemia de Covid-19, mais precisamente em janeiro de 2018, contra a Atalanta, pela Copa da Itália.
Com a certeza do título italiano nesta temporada, Ciro Riccio promete eternizar na pele o amor pelo time napolitano. “Eu não tenho nenhuma tatuagem no corpo, mas prometi fazer quando o Napoli voltasse a ser campeão italiano. Minha esposa disse que eu não teria coragem, mas promessa é promessa, então agora vou ter que fazer”, assegura.
Entalado na garganta há 33 anos, o grito de campeão italiano enfim deve sair neste domingo (30), quando o Napoli recebe a Salernitana e precisa vencer, além de torcer por um tropeço da Lazio contra a Inter de Milão, para conquistar o terceiro scudetto de sua história. O título não vem desde 1990, quando a equipe napolitana contava com a dupla Maradona e Careca.
Líder disparado do Campeonato Italiano, com 78 pontos e uma confortável vantagem de 17 na ponta da tabela, faltando apenas sete rodadas para o fim do torneio, a equipe comandada pelo técnico Luciano Spalletti precisa vencer a Salernitana neste domingo (30), em duelo que acontece às 10h (horário de Brasília), em Nápoles, além de torcer por um tropeço da vice-líder Lazio contra a Inter de Milão, mais cedo, às 7h30 (horário de Brasília), em Milão.
Se houver essa combinação de resultados, o Napoli sairá da fila de 33 anos e sacramentará a conquista do scudetto com incríveis seis rodadas de antecedência, algo que jamais aconteceu na história do Campeonato Italiano. Será o tricampeonato da equipe napolitana, que já foi campeã nacional em 1987 e 1990, com Careca e Maradona.
“Se o Napoli for matematicamente campeão no domingo, vou enfeitar a frente do restaurante e colocar algumas bandeiras na parte de fora. Depois, na quinta ou sexta-feira que vem, vou oferecer uma festa para os clientes, com chope e bolo gigante com a imagem do scudetto do Napoli. Inclusive, convidei o Careca e espero que ele venha”, revela Ciro Riccio.
A relação com o ídolo Careca é antiga e vem desde o início dos anos 90, quando o craque brasileiro jogava no Napoli. Na época, Ciro Riccio chegou a visitar a casa do atleta em Nápoles. Depois, outros encontros também aconteceram em Campinas, cidade onde o ex-atacante mora até hoje, após fazer história com a camisa do Guarani entre os anos 70 e 80. “O passado do Careca me influenciou, então tenho maior simpatia pelo Guarani aqui no futebol de Campinas”, confidencia Ciro Riccio.
História de paixão
Nascido no dia 4 de janeiro de 1969, em Nápoles, na região da Campânia, ao sul da Itália, Ciro Riccio começou a torcer pelo Napoli ainda quando criança, por influência da família, frequentando as arquibancadas do Estádio San Paolo desde o fim dos anos 70. Naquela época, a equipe napolitana jamais havia sido campeã italiana e tinha conquistado somente dois troféus da Copa da Itália, em 1962 e 1976, além de um título da Série B, em 1950.
“Quando pequeno, como meu pai nem sempre podia me levar porque trabalhava, eu ia ao estádio acompanhado de meus irmãos mais velhos ou alguns amigos”, recorda-se Ciro Riccio, que é o quarto de uma família de seis irmãos, sendo cinco homens e uma mulher. A paixão pelo Napoli é unanimidade entre todos eles.
“Quando morava na Itália, eu também cheguei a assistir jogos em Turim, Roma, Milão, Florença e Bari”, lista Ciro. Contudo, ele nunca teve a oportunidade de acompanhar uma partida do Napoli fora de território italiano. “Hoje é mais fácil viajar. Por isso, sempre falo que gostaria de ter vivido essa época atual, com mais trens, aviões e muitas possibilidades acessíveis de hospedagem. Não precisa de muito”, atesta.
“O primeiro jogo a que assisti no estádio foi na temporada 1977/78 e o Napoli venceu o Foggia por 5 a 0, com quatro gols de [Giuseppe] Savoldi e outro de [Pellegrino] Valente. Eu tinha oito para nove anos e meu pai foi quem me levou ao jogo”, relembra Ciro Riccio, sobre o duelo que marcou sua estreia nas arquibancadas, disputado num sábado, dia 17 de dezembro de 1977, no Estádio San Paolo, em Nápoles.
“Em 1980, o futebol italiano abriu novamente as suas fronteiras e começaram a chegar vários jogadores estrangeiros, como o [Paulo Roberto] Falcão na Roma e o Ruud Krol no Napoli. Ele era líbero, jogava atrás na sobra e fechava quando o atacante driblava um dos dois zagueiros, assim como fazia o [Franco] Baresi na época. Krol também dava lançamentos de 70, 80 metros e colocava os atacantes na cara do gol”, descreve Ciro Riccio, com alta dose de idolatria pelo lendário jogador holandês, vice-campeão das Copas do Mundo de 1974 e 1978, além de multicampeão com o Ajax nos anos 70, antes de se transferir para o Napoli, onde atuou entre 1980 e 1984.
A primeira grande frustração de Ciro Riccio como torcedor aconteceu em 1981, justamente nos tempos de Ruud Krol, quando o Napoli deixou escapar uma enorme oportunidade de se sagrar campeão italiano pela primeira vez na história, perdendo o título para a Juventus, numa disputa acirrada que também envolvia a Roma.
“Faltando cinco rodadas, os três times estavam com a mesma pontuação e o Napoli tinha a tabela mais favorável, sendo apontado como favorito, mas perdeu por 1 a 0 para o lanterna Perugia, ao tomar um gol no primeiro minuto de jogo e não conseguir sequer empatar nos 90 minutos restante, chutando bolas na trave e parando em defesas do goleiro. Essa derrota desmoralizou o Napoli, que acabou em terceiro lugar, atrás de Juventus e Roma”, lamenta Ciro Riccio. “Depois dessa chance perdida, o Napoli ainda chegou a lutar para não ser rebaixado nos anos seguintes”, completa.
Mas a história começaria a mudar a partir de 1984, com a chegada do craque argentino Diego Armando Maradona, à época com 23 anos, vindo do Barcelona. “Maradona chegou ao Napoli no dia 5 de julho de 1984 e só nos deu felicidade em sete anos. Todos os napolitanos o idolatram”, resume Ciro Riccio, sobre a inesquecível e vitoriosa passagem do fantástico camisa 10 pelo seu time do coração, um verdadeiro sonho que durou até 1991.
Em 1987, após uma longa espera de 60 anos, ou seja, desde a a fundação do clube em 1926, o Napoli conquistou o seu primeiro scudetto e, naquela mesma temporada, ainda levou o título da Copa da Itália, em uma dobradinha jamais repetida pela equipe. Obra de Maradona e seus companheiros italianos, como Bruno Giordano e Andrea Carnevale, que formavam o esquadrão comandado pelo técnico Ottavio Bianchi.
“O Napoli ganhou o título italiano empatando em 1 a 1 com a Fiorentina. O [Andrea] Carnevale fez 1 a 0 e depois o [Roberto] Baggio empatou, mas o resultado já dava o título pela matemática”, explica Ciro Riccio, que estava presente no Estádio San Paolo naquela histórica tarde de domingo, 10 de maio de 1987, em que o Napoli entrou na galeria de campeões italianos. O tão aguardado momento enfim havia chegado.
“Quem ama, não esquece”. A frase, presente em uma das faixas que decoram o restaurante de Ciro Riccio em Campinas, resume a devoção do torcedor do Napoli ao craque argentino Diego Maradona, que faleceu no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos. Após a morte do lendário jogador, o Estádio San Paolo foi rebatizado e passou se chamar Estádio Diego Armando Maradona. A cidade de Nápoles também conta com o famoso Murales Maradona, ponto que atrai fãs do mundo inteiro numa área do centro histórico chamada Quartieri Spagnoli. “Era um lugar que antigamente as pessoas tinham medo de passear porque era perigoso e violento, mas agora virou ponto turístico”, comenta Ciro.
Um ano antes, Maradona havia se sagrado campeão mundial com a Argentina, na Copa de 1986, no México. Por uma enorme coincidência do destino, a história deve se repetir agora, mais de 30 anos depois, com a Argentina campeã mundial em 2022 e o Napoli campeão italiano em 2023. Isso só pode ter o dedo de Maradona lá no céu.
Com o inédito título nacional, o Napoli ganhou o direito de participar da então chamada Copa dos Campeões da Europa, que corresponde à atual UEFA Champions League. E logo em sua primeira experiência numa competição internacional, a estreante equipe napolitana quase eliminou o poderoso time do Real Madrid, maior campeão continental.
“O Napoli perdeu por 2 a 0 lá na Espanha, mas fez 1 a 0 nos primeiros minutos do jogo de volta e teve grande chance para fazer 2 a 0 num golpe de calcanhar do Careca. A bola estava passando no meio das pernas do goleiro [Francisco] Buyo, mas ele conseguiu pegá-la. No fim, o [Emilio] Butragueño marcou o gol do empate e o jogo acabou 1 a 1”, lamenta Ciro Riccio.
“Na época, falava-se que tinham 100 mil pessoas no estádio, não dava nem para respirar. Hoje, por motivo de segurança pública, cabem no máximo 55 mil, não chega mais aos 80 mil que deixavam entrar antigamente”, compara.
Careca e Maradona: uma dupla campeã inesquecível
Autor do gol do único título brasileiro do Guarani em 1978, quando tinha apenas 19 anos e ainda era um novato, o lendário centroavante Careca é o principal elo entre o futebol campineiro e o Napoli, clube que defendeu entre 1987 e 1993, formando inesquecível dupla de ataque com o gênio Maradona. Careca chegou a Nápoles logo após se sagrar bicampeão brasileiro, desta vez com a camisa do São Paulo, e justamente sobre o Guarani.
Juntos, Careca e Maradona foram responsáveis pela conquista de três títulos com a camisa alviceleste. A primeira façanha daquela mágica dupla de ataque que deixa saudades foi conduzir o time napolitano ao inédito título da Copa da Uefa, a única taça europeia do clube até hoje, conquistada em 1989.
Na ocasião, a equipe deixou para trás o gigante Bayern de Munique na semifinal e depois derrotou o Stuttgart na grande decisão da competição, equivalente à atual Liga Europa. No primeiro jogo da final, em Nápoles, vitória por 2 a 1 de virada, com gols de Careca e Maradona. A partida de volta na Alemanha terminou em empate em 3 a 3, com um dos gols anotados por Careca, e resultou em glória.
“O nosso último título italiano, em 1990, veio numa vitória por 1 a 0 sobre a Lazio, com gol de [Marco] Baroni, que atualmente é o técnico do Lecce”, conta Ciro Riccio, que testemunhou aquela conquista, celebrada no dia 28 de abril de 1990, num sábado como este, há exatamente 33 anos.
Depois, na temporada seguinte, Maradona e Careca garantiram o segundo scudetto ao Napoli, em 1990, quando a equipe já era comandada pelo treinador italiano Alberto Bigon e também contava com outro jogador brasileiro, o volante Alemão.
Foi bem nessa época, inclusive, que Ciro Riccio conheceu a mulher que se tornaria a sua esposa, a campineira Olga. “Ela estava em Nápoles porque o pai trabalhava na Pirelli e tinham aberto algumas vagas para entrar na empresa, só que precisava saber falar italiano, então ela foi passar seis meses lá e aprender o idioma, mas acabou ficando mais tempo que o previsto”, relata Ciro.
“Começamos a namorar em março de 1990 e, em maio, quando ganhamos o segundo scudetto, ela já estava comigo em cima da Vespa segurando a bandeira e comemorando o título italiano”, conta Ciro Riccio, casado com Olga há mais de 25 anos. Juntos, tiveram duas filhas, hoje já adultas.
Em 1990, já dentro da última temporada de Maradona, o Napoli também conquistou a Supercopa da Itália, com direito a dois gols de Careca na goleada por 5 a 1 sobre a Juventus, curiosamente o mesmo resultado do último encontro entre as equipes em Nápoles, em janeiro deste ano, pelo primeiro turno do Campeonato Italiano, com dois tentos do atual centroavante do time, o nigeriano Victor Osimhen, para aumentar ainda mais a coincidência.
Ao todo, Maradona marcou 115 gols em 257 jogos com a camisa do Napoli. O ícone argentino é o quarto maior artilheiro do clube, atrás apenas do belga Dries Mertens (148), do italiano Lorenzo Insigne (122) e do eslovaco Marek Hamsik (121). Careca, por sua vez, aparece em oitavo lugar na lista, com 96 bolas na redes em 221 partidas.
Crise, falência e volta por cima
Em 2004, após acumular rebaixamentos e contrair uma dívida gigantesca, o Napoli entrou em falência e deixou de existir, mas ressurgiu graças aos esforços do empresário e produtor cinematográfico Aurelio De Laurentiis, que adquiriu o clube e o reconduziu da terceira divisão para a elite nacional em poucos anos. “Quando o time começou a se formar de novo, dizem que não tinha nem bola para treinar. Nessa época, o Napoli perdeu muitos torcedores”, afirma Ciro Riccio, que permaneceu fiel ao clube.
Em meio ao momento de retomada do Napoli, Ciro Riccio ao menos teve uma grande felicidade como torcedor de futebol, ao comemorar o tetracampeonato mundial da Itália em 2006, taça erguida pelo zagueiro e capitão Fabio Cannavaro, que nasceu em Nápoles e começou a carreira no Napoli. O jogador terminou aquele ano sendo eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA.
Desde 2010, no entanto, a Seleção Italiana vem vivendo uma das piores fases de sua história. Apesar do título da Eurocopa em 2021, a Azzurra amargou duas eliminações na primeira fase da Copa do Mundo, em 2010 e 2014, e ficou fora dos dois últimos Mundiais, em 2018 e 2022.
Ao todo, lá se vão 13 anos consecutivos de participações do Napoli em competições europeias, protagonizando embates sempre equilibrados contra as maiores potências do continente: Real Madrid, Barcelona, Liverpool, Manchester City, Chelsea, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain, Ajax…
O Napoli, pelo contrário, deixou para trás os problemas e hoje desfruta de um dos momentos mais especiais de sua quase centenária história. Da última década pra cá, além de sempre acabar nas primeiras posições do Campeonato Italiano, foram três títulos de Copa da Itália, em 2012, 2014 e 2020, e uma Supercopa da Itália, em 2014.
Em 2018, sob o comando do técnico Maurizio Sarri, o Napoli terminou o Campeonato Italiano com 91 pontos, sua melhor campanha na história dos pontos corridos até hoje, mas acabou ficando com o vice-campeonato, já que a Juventus somou 95 pontos e se sagrou campeã. “É por isso que eu falo que precisa ganhar para escrever história”, observa Ciro Riccio. Pois agora chegou a vez do Napoli!
Além de estar prestes a colocar fim a um jejum de 33 anos sem título italiano, o Napoli acabou de sentir o gosto de chegar pela primeira vez entre os oito melhores times da Europa, apesar de ter sido eliminado pelo Milan nas quartas de final da atual edição da Champions League: derrota por 1 a 0 em Milão e empate em 1 a 1 em Nápoles. Na primeira fase, o Napoli havia enfiado 4 a 1 no Liverpool, em Nápoles, 6 a 1 no Ajax, em Amsterdã, e 3 a 0 no Rangers, em Glasgow. Nas oitavas, tinha despachado o Eintracht Frankfurt, com um elástico placar agregado de 5 a 0.
“Até o Guardiola falava que o Napoli era um dos favoritos ao título da Champions, mas demos azar que o nosso artilheiro [Victor] Osimhen se machucou na fase crucial da competição. Jogamos praticamente sem atacante na primeira partida contra o Milan, pois o [Giovanni] Simeone também estava fora e o [Giacomo] Raspadori ainda voltando de lesão. Para piorar, o [André-Frank Zambo] Anguissa foi expulso e o Kim [Min-jae], pendurado, tomou o terceiro cartão amarelo. Se o Napoli tivesse chegado sem nenhum desfalque, teria muito mais chance”, acredita Ciro Riccio
“Outro problema, do meu ponto de vista, foi que o Napoli quis jogar como vem jogando o campeonato inteiro, ou seja, aberto, indo para cima e fazendo pressing. O Milan acabou recuperando uma bola no começo, fez 1 a 0 e depois ficou fechado no restante do jogo. Na segunda partida ficou lá atrás esperando e marcou outro gol no contra-ataque”, analisa Ciro.
O torcedor também culpa a arbitragem como mais um fator que causou a eliminação do Napoli. A bronca é especialmente por causa de um pênalti não marcado em cima do atacante mexicano Hirving Lozano, na partida de volta, em Nápoles.
“Se logo nesse primeiro ano, o Kvara já fez tudo o que fez, imagina na próxima temporada, quando estiver mais adaptado e entrosado”, projeta Ciro Riccio.
Mesmo assim, o Napoli poderia até ter revertido o cenário, mas não aproveitou as chances e teve até um pênalti perdido pelo jovem atacante georgiano Khvicha Kvaratskhelia, de apenas 22 anos, contratado no início desta temporada, que vem sendo um dos principais destaques do time, com 14 gols e 14 assistências, contando todas as competições. Tem crédito de sobra.
Vice-artilheiro do Napoli na temporada, Kvaratskhelia só possui números inferiores aos do centroavante nigeriano Victor Osimhen, que já marcou 26 gols na temporada, além de quatro assistências. Foi ele, inclusive, quem balançou as redes no empate em 1 a 1 com o Milan. O tento saiu somente nos acréscimos do segundo tempo e acabou não sendo suficiente para a classificação do Napoli às semifinais da Champions. Mas nada que apague o brilho desse time. Já é, de fato, uma temporada pra lá de histórica. Digna de cinema.
Sobre o restaurante
Em 2001, Ciro Riccio deixou Nápoles e se mudou para o Brasil, estabelecendo-se em Campinas, terra de sua esposa, Olga Riccio, onde juntos abriram o restaurante que leva o mesmo nome da cidade natal e do time do coração dele: Napoli. Mesmo sem nenhum investimento em publicidade, o negócio cresceu graças ao famoso boca-a-boca.
Desta forma, o estabelecimento continua em funcionamento até hoje, apesar das dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19, que provocaram a redução em mais da metade do número de funcionários e a diminuição do movimento de clientes, motivada em grande parte pelo sistema híbrido de trabalho que muitas empresas com escritórios na região adotaram.
“Eu cheguei aqui em Campinas no dia 7 de outubro de 2001 e abrimos o restaurante no dia 15. Minha esposa já tinha vindo antes e efetuado uma contratação. A gente estava procurando uma atividade alimentícia para poder desenvolver. Inicialmente, a gente queria fazer comida típica italiana, só que esse bairro tem muito escritório comercial”, aponta Ciro Riccio, que precisou adaptar o tipo de cardápio ao perfil de clientela da região.
O local abre de segunda a sexta-feira, apenas no horário do almoço, em sistema self-service. “Temos uma boa variedade de salada, além de arroz integral, arroz branco e feijão todos os dias. No buffet, são sempre três tipos de massa e mais três grelhados”, explica Ciro Riccio. É de dar água na boca. Um prato cheio, especialmente para quem gosta de futebol. Só é proibido torcer contra o Napoli!
SERVIÇO:
Napoli Service Ristorante
Endereço: Rua dos Alecrins, 631 – Cambuí, Campinas (SP).
Telefones: (19) 3255-7515 / (19) 9 9493-1022
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