Com 10.173 casos e três mortes confirmadas neste ano, além de mais 846 casos em investigação, Campinas quase viu triplicar a densidade larvária em 2023. O valor, que era de 0,5 em 2022, chegou a 1,4 em outubro. Em abril foi declarado estado de epidemia no município e, na semana passada, sete bairros foram incluídos em alerta para elevado risco de transmissão da doença. Um deles, o Jardim Eulina, receberá neste sábado o mutirão para combate a criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue.
O mutirão faz parte das ações para evitar uma nova explosão de casos confirmados da doença e risco de novos óbitos. A Secretaria de Saúde apela para que a população facilite as ações das equipes e colabore. A medida ocorre em meio ao contexto de preocupação da Secretaria de Saúde com a reintrodução dos vírus tipos 3 e 4 da doença. Por enquanto, não há registros deles na metrópole.
A ação no Jardim Eulina será realizada das 8h30 às 12h e vai mobilizar 114 pessoas, incluindo todos os trabalhadores das equipes contratadas pela Administração para atuar nos serviços de visita aos imóveis e, com isso, remover possíveis criadouros do mosquito.
A previsão é de que as equipes atuem em 4 mil imóveis localizados em 192 quarteirões. O pedido da Saúde é para que os moradores do Jardim Eulina liberem acesso às casas e coloquem criadouros para fora. O trabalho terá apoio de um caminhão cata-treco para recolher os materiais inadequados e de um carro de som para alertar a população.
“Várias ações já foram realizadas no Jardim Eulina, incluindo visita aos imóveis com orientação à população e remoção de criadouros, além da aplicação de larvicida e inseticida na área. Estamos num momento de retornar aos imóveis fechados ou com recusa visando atingir o maior número possível de casas trabalhadas. Nesse momento, além de denunciar possíveis focos, também é importante que a população cuide do espaço e informe aos seus vizinhos, principalmente os que não receberam os agentes, a não deixar água parada” destacou a agente de controle ambiental supervisora geral do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Adriana Guidetti. Ela é responsável por coordenar as ações de campo.
A preocupação da Saúde com os tipos 3 e 4 da dengue decorre da ausência destes vírus nos últimos anos, o que torna crianças e adolescentes, além de adultos ou idosos que não tiveram a doença, mais vulneráveis por causa da falta de anticorpos contra as infecções: o tipo 3 não é verificado há 14 anos, e o tipo 4 foi registrado pela última vez há nove anos.
Além disso, há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior. Outros municípios brasileiros já registraram casos do 3 e 4.
Sintomas
A dengue provoca febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia. Caso tenha estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde de Campinas para receber atendimento médico.