O Setembro Amarelo de 2024 chega com um apelo urgente: salvar vidas. Diante de um cenário alarmante, onde o número de suicídios continua a crescer, a campanha deste ano reforça a importância de falar abertamente sobre saúde mental. Com o lema “Se precisar, peça ajuda!”, o movimento busca conscientizar a sociedade sobre a prevenção do suicídio e quebrar o silêncio que ainda envolve esse tema delicado.
Grande parte do tempo das pessoas é passada no ambiente de trabalho, o que torna essencial promover o bem-estar psicológico no ambiente corporativo.
Segundo Adriane Martins, SDR da SG4 Gestão Ocupacional e especialista em neuropsicopedagogia, “cuidar da mente é tão essencial quanto ensinar. Setembro nos lembra que a saúde psicológica deve ser uma prioridade contínua em todas as esferas da vida, inclusive no ambiente corporativo”. Ela destaca que empreendedores e líderes têm um papel crucial na criação de políticas que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, apoio psicológico e um ambiente de trabalho saudável.
Dados globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 700 mil pessoas tiram suas vidas a cada ano em todo o mundo. No Brasil, são registrados aproximadamente 14 mil suicídios por ano — o equivalente a 38 mortes por dia. Entre adolescentes e jovens, os números são ainda mais preocupantes. Entre 2016 e 2021, as taxas de suicídio entre jovens de 15 a 19 anos aumentaram 49,3%, e entre adolescentes de 10 a 14 anos, o crescimento foi de 45%.
Dicas para profissionais e empresas
A especialista da SG4 Gestão Ocupacional sugere algumas práticas que podem ser adotadas por profissionais e empresas para promover a saúde mental no ambiente de trabalho:
♦ Promover um ambiente de trabalho saudável:
Estabelecer uma cultura que valorize a saúde mental é fundamental. Políticas de flexibilidade, programas de apoio psicológico e incentivo ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional são algumas das medidas eficazes.
♦ Treinar a liderança:
Investir em treinamentos que capacitem os líderes a lidar com questões de saúde mental é essencial. Estudos mostram que 49% dos funcionários não acreditam que seus líderes saberiam como agir diante de um problema de saúde mental. Palestras e workshops podem ajudar a desenvolver uma visão mais humanizada da gestão.
♦ Oferecer apoio psicológico:
Disponibilizar acesso a apoio psicológico ou psiquiátrico pode ser crucial para os colaboradores que enfrentam dificuldades emocionais. Parcerias com profissionais da área e benefícios que facilitem o acesso a esses serviços são fundamentais para o bem-estar dos funcionários.
♦ Promover ações sociais:
Engajar os colaboradores em ações sociais relacionadas ao Setembro Amarelo pode aumentar a conscientização e criar um senso de comunidade. Iniciativas como voluntariado ou apoio a instituições locais são maneiras eficazes de promover a causa.
♦ Organizar palestras:
Realizar eventos com profissionais especializados em saúde mental ou influenciadores que possam falar sobre o tema é uma excelente forma de debater o assunto no ambiente de trabalho. Palestras online ou presenciais podem abrir espaço para discussões importantes.
♦ Investir em momentos de descompressão:
Implementar atividades como ginástica laboral pode ajudar a aliviar o estresse diário e aumentar a produtividade no ambiente de trabalho.
Enfrentando os desafios
A pandemia de Covid-19 trouxe novos desafios para a saúde mental, acelerando a busca por apoio psicológico. No entanto, a constante conectividade e as crescentes demandas de trabalho continuam a impactar negativamente o bem-estar das pessoas.
O Setembro Amarelo abre espaço para que empresas e profissionais reflitam sobre a importância de um ambiente de trabalho que valorize a saúde mental.
Para aqueles que estão enfrentando dificuldades emocionais, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito 24 horas por dia, todos os dias da semana, pelo telefone 188 ou pelo site www.cvv.org.br. Falar sobre o problema e buscar ajuda são os primeiros passos para superar a dor.
Para Adriane, o Setembro Amarelo vai além da conscientização sobre o suicídio. “Ele abre espaço para diálogos sobre saúde mental e oferece a chance de salvar vidas”, finaliza
