O setor de franquias registrou um crescimento nominal de 12,8% no segundo trimestre deste ano frente a igual período de 2023. É o que revela a Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor feita pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
De acordo com o levantamento, a receita de abril a junho aumentou de R$ 54,253 bilhões para R$ 61,205 bilhões. No semestre, o faturamento cresceu ainda mais, 15,8%, passando de R$ 105,107 bilhões para R$ 121,766 bilhões.
O bom desempenho do varejo e do setor de serviços no período também favoreceram o franchising, que cresceu um pouco acima do setor varejista em geral. Entre os segmentos, Saúde, Beleza e Bem-Estar, Alimentação – Food Service e Casa e Construção registraram os três melhores desempenhos.
Mesmo com a Páscoa ocorrendo em março, o setor continuou se beneficiando no segundo trimestre da demanda aquecida das pessoas por cuidados estéticos, valorização do bem-estar e do convívio social.
Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, o crescimento nominal do setor de franquias, mantido na casa dos dois dígitos neste segundo trimestre, além de reafirmar a resiliência e confiança no mercado brasileiro por parte das redes, é um reflexo da recuperação econômica pós-pandemia e do aumento do consumo, além da capacidade de adaptação das franquias às novas demandas do mercado, como a digitalização e a oferta de serviços diversificados.
O franchising é, de fato, uma alternativa sólida para os empreendedores, oferecendo a eles modelos de negócios mais seguros, com treinamento, suporte e toda infraestrutura das empresas franqueadoras, o que é particularmente atrativo em tempos de volatilidade”, avalia Leite.
A pesquisa da ABF apontou, ainda, que houve um impacto pontual no setor com as enchentes históricas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, mas os fatores que embasaram o crescimento no trimestre pesquisado acabaram prevalecendo. A entidade estima que o impacto da tragédia no faturamento do setor no RS, corresponda a, aproximadamente, um mês de faturamento da base instalada no estado. “As redes nos relataram que o impacto mais severo se deu no mês de maio, com sinais de recuperação se iniciando em junho. Além disso, até o momento, as marcas relataram que vêm conseguindo preservar suas operações, o que é muito importante para a manutenção dos empregos e o processo de recuperação no geral”, observa o presidente da entidade.
Ampliação dos empregos e das operações
O número de trabalhadores nas redes de franquias também cresceu no segundo trimestre deste ano. De acordo com a pesquisa, a mão de obra empregada pelo setor passou de 1,612 milhão para 1,674 milhão, o que representa uma alta de 3,85%.
O estudo indicou também aumento no volume de operações de franquias. A variação positiva registrada no segundo trimestre representou um acréscimo de 4.273 operações de franchising no País, totalizando 193.151 operações. De acordo com a base pesquisada, foram abertas +4,3% mais franquias, encerradas -1,6%, com saldo positivo de +2,7%. Os repasses tiveram uma ligeira alta, de 0,7% para 0,9%.
A ABF – Associação Brasileira de Franchising é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1987, que representa oficialmente o sistema de franquias brasileiro. O setor registrou um faturamento anual superior a R$ 240 bilhões em 2023, mais de 195 mil operações e cerca de 3,3 mil marcas de franquias espalhadas por todo o Brasil. Além disso, o franchising brasileiro responde por mais de 2% do PIB e emprega diretamente cerca de 1,7 milhão de pessoas.
Atualmente com mais de 1.700 associados e cobrindo todo o território nacional por meio da seccional Rio de Janeiro e de regionais (Centro-Oeste, Interior de São Paulo, Minas Gerais, Nordeste e Sul), a entidade reúne franqueadores, franqueados, advogados, consultores e demais fornecedores e stakeholders do setor.