A derrota por 1 a 0 para o Guarani no Dérbi 208, que colocou fim a um longo tabu de 15 anos sem perder para o maior rival dentro de casa, foi a gota d’água que deixou insustentável a permanência do técnico Nelsinho Baptista no comando da Ponte Preta.
O próprio treinador resolveu entregar o cargo em uma decisão tomada ainda no vestiário, logo após o fiasco de sua equipe no clássico campineiro – Nelsinho segue sem nenhuma vitória no Dérbi como treinador, agora com quatro derrotas e um empate.
Nelsinho Baptista nem sequer concedeu entrevista coletiva após a derrota no Dérbi, diante da confusão que tomava conta dos arredores do Majestoso, com torcedores revoltados entrando em confronto com policiais militares.
Mesmo com o apoio irrestrito do presidente Marco Antonio Eberlin, que em setembro chegou a declarar publicamente que o treinador só sairia se quisesse, Nelsinho Baptista optou pela saída neste momento de grande pressão e turbulência, abrindo mão do contrato que iria até o fim do Campeonato Paulista de 2025.
O experiente treinador de 74 anos encerra sua quarta passagem pela Ponte Preta com um baixo aproveitamento de 38,6%: oito vitórias, cinco empates e 12 derrotas em 25 jogos, todos pela Série B, entre junho e outubro deste ano.
Em seu retorno à Ponte Preta após 17 anos, dos quais os últimos seis afastado do futebol brasileiro, Nelsinho Baptista teve um início promissor de trabalho, estreando com goleada por 4 a 2 sobre o CRB, no dia 2 de junho, no Moisés Lucarelli, e chegando a enfileirar seis vitórias consecutivas dentro do Majestoso.
No segundo turno, no entanto, a Ponte de Nelsinho estagnou, acumulou várias derrotas e até goleada em casa, despencou na tabela e entrou na zona de rebaixamento. Lanterna isolada do segundo turno, com apenas nove pontos em 13 jogos, a Macaca amarga a 17ª colocação da Série B, com 35 pontos.
Ao fim do primeiro turno, a equipe estava a apenas quatro pontos do G4 e tinha uma vantagem de sete pontos sobre o Z4. Agora, a diferença é de 18 pontos para o grupo de acesso e a equipe está um ponto atrás do Botafogo-SP, primeiro time fora da degola, com 36 pontos.
A despedida de Nelsinho Baptista acontece um dia após ele se tornar, de forma isolada, o sexto técnico que mais comandou a Ponte Preta em toda a história de 124 anos do clube alvinegro (veja lista completa abaixo).
Ao dirigir a equipe alvinegra no clássico campineiro do último domingo (20), Nelsinho chegou aos 141 jogos à frente da Macaca, ultrapassando os técnicos Moacyr de Moraes e Jair Picerni, que aparecem empatados com 140 jogos, agora dividindo a sétima colocação do ranking histórico de treinadores da Ponte.
A Ponte Preta agora corre em busca de um novo treinador para comandar a equipe nas últimas rodadas da Série B. “A diretoria ressalta que qualquer nome divulgado, que não seja pelos canais oficiais do clube, não passará de especulação”, informou o clube alvinegro, em nota oficial divulgada na tarde desta segunda-feira (21).
O próximo compromisso da Ponte Preta será mais um confronto direto contra o rebaixamento dentro de casa, desta vez contra o Brusque, antepenúltimo colocado, com 33 pontos. O duelo acontece já na próxima quarta-feira (23), às 19h, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. A Macaca deve ser dirigida pelos auxiliares Nenê Santana e Edson Boaro.
“O time seguiu para Itu nesta segunda (21) e ficará em regime de concentração total até a partida com o Brusque. Depois do confronto de quarta, a delegação retornará para Itu, onde ficará novamente concentrada até o dia do duelo com o Mirassol, sábado (26)”, também informou a Ponte Preta, em nota oficial.
Confira abaixo o top-10 dos técnicos que mais comandaram a Ponte Preta em toda a história do clube:
1- Cilinho – 348 jogos
2- Antônio Peixoto Filho (Nico) – 261 jogos
3- Zé Duarte – 245 jogos
4- Gilson Kleina – 232 jogos
5- Marco Aurélio – 157 jogos
6- Nelsinho Baptista – 141 jogos
7- Moacyr de Moraes / Jair Picerni – 140 jogos
8- José Agnelli – 134 jogos
9- Oswaldo Alvarez – 129 jogos
10- Guto Ferreira – 107 jogos











