Qual o lugar que a esperança ocupa em sua vida? Me refiro àquele desejo de que dias melhores virão, de que o mal-estar da civilização (fazendo menção ao Dr. Freud psicanalista), ou mesmo o mal-estar que o momento da vida está lhe causando, será que ele deveria ser a base para não parar e desistir? Seria a esperança um sentimento fundamental, que dá o fundamento, tal como a fundação para a construção de um enorme edifício, para que a cura seja fruto do tempo? É sobre ela que almejo aqui refletir junto de você minha caríssima leitora, meu caríssimo leitor. Vamos refletir sobre o papel da esperança juntos? Que bom, então me acompanhe, por favor.
Quando pensamos em nossa rotina de vida, fatigante, de exercício de trabalho hercúleo, que demanda de nós tempo, energia, foco, disciplina, que “suga” de nós todas as nossas forças e vemos que ainda anão estamos colhendo os frutos que tanto almejamos, que ainda os efeitos desse esforço laboroso estão longe de aparecer, tal como a luz no fim do túnel, nos causando desgaste físico e emocional, acabamos, em geral, por “nos entregar”, “desistir da luta”, “pedir pra sair”, mas aí é que precisamos dar a devida atenção, pois a esperança como que diminui, como que se apagasse, paulatinamente, como que fosse ficando quase impossível de ser rastreada, enxergada e principalmente: sentida!
O ato de sentir esperança faz a total diferença na hora em que o desgaste físico e emocional “arromba” a porta de nossa psique, é hora de parar e não desistir, é hora de até mesmo deitar, se preciso for, para repensar o que se está fazendo, para se pensar em novas maneiras, novas estratégias, novas ações, decisões, reações para que essa reflexão toda venha a alimentar a esperança e esta alimente o desejo, o anseio de persistir e continuar. Somos ‘seres desejantes’, é o que dizia Platão, grande nome da filosofia grega.
A esperança traz consigo a incerteza (para os racionais e céticos), mas pode também trazer consigo a certeza (para os emocionados, românticos e otimistas), ela faz-se presente como uma das emoções vistas como “pilares” de sustentação do sujeito, sujeito esse que é visto como submisso de terceiros (é o que expôs Michel Foucault, filósofo francês). Uma vez que estamos sujeitos ao incerto, o que nos resta, além da insegurança é o sentimento de esperança, de que a partir dela, boas coisas virão… “Depois da tempestade, vem a bonança”, está por vir tempos de calmaria, de paz, de sossego, no qual se poderá parar e refletir lucidamente de maneira grata: “Valeu a pena passar por isso, cada gota de lágrima frutas dos choros hoje têm seus significados e quiçá, seus porquês”.
O tempo cura? Cura o corpo? Cura a mente? Cura a alma? Para que a bendita cura aconteça, é necessário esperar? Esperando, exercemos inconscientemente o ato de desfrutar da esperança, ela é tal como o combustível que é essencial para que o veículo funcione, por exemplo. Você é uma pessoa que tem esperança em sua vida? Esperança na humanidade? Percebemos que nossa sociedade está em constante progresso, mas esse termo não tem relação alguma com melhora, pois progresso remete unicamente à ‘caminhar para frente’, podendo também ser interpretado como uma caminhada ladeira abaixo sendo exercida pela sociedade, que, aos olhos de muitos, só está piorando…
Teria você esperança de dias melhores, de que a calmaria, que a justiça, que a lealdade, que a ética e a segurança irão prevalecer sobre os demais sentimentos e emoções que estão esperando por serem acolhidos e priorizados pelo ser humano?
Qual seria o melhor modo, a melhor maneira de desfrutar da esperança? Deveríamos fazer nossa parte como que plantando e esperar, mesmo que incerto, o tempo da colheita? Se vir, certamente sentiremos não mais a esperança, mas a felicidade por ter escolhido esperar ativamente, fazendo a nossa parte, mas se a colheita não vier, ou vier, mas não da forma que esperávamos, o que será que sentiríamos? Rancor, ódio, frustração ou um sentimento relacionado a satisfação pessoal remetendo a um diálogo interno do tipo: “Fiz minha parte!”?
Há quem alimente o sentimento de ceticismo, um sentimento típico de Thomé na bíblia, referência histórica/ teológica daquela pessoa que “só acredita vendo com os próprios olhos”, sinceramente não vejo um mal nisso, mesmo porque, a falta do ceticismo em uma medida comedida pode acarretar em uma entrega de si para a esperança de resultados almejados e quando estes não vêm ao nosso encontro, por ventura nós venhamos a desabar em lágrimas, tristeza, depressão. Talvez um pouco de racionalidade, pés no chão, ceticismo não faça mal a ninguém, mas creio que ela deva ter grande valia se “caminhar de mãos dadas junto da esperança em uma das mãos e caminhar de mãos dadas com a ação em primeira pessoa exercida por nós em sua outra mão”. O que você acha sobre o sentimento de espera? O que a esperança significa para você no processo de resultados, de ganhos, de cura, seja ela do corpo, seja ela da mente?
Thiago Pontes Thiago Pontes é Filósofo, Psicanalista e Neurolinguísta (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial